Jorge Jesus: “Ganhar a Taça e ficar em 2.º lugar não é uma boa época”

Jesus aproveitou ainda para abordar o tema do momento, a Superliga. Para o treinador do Benfica, tratava-se de um torneio “contra o que é a essência do futebol e do desporto”.

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Jorge Jesus, treinador do Benfica LUSA/MARIO CRUZ

Jorge Jesus, treinador do Benfica, não crê que vencer a Taça de Portugal permita salvar a temporada, nem mesmo se os “encarnados” chegarem ao segundo lugar da I Liga. “Para mim, se o Benfica ganhar a Taça de Portugal e ficar directamente apurado para a Liga dos Campeões continua a não ser uma boa época. Não estou habituado a isso. Os meus últimos anos no Benfica foram a ganhar tudo. Para mim, esses são objectivos que não me satisfazem”, apontou, nesta quarta-feira, na antevisão do jogo frente ao Portimonense (quinta-feira, 19h, SPTV).

Ainda sobre as possibilidades dos “encarnados” nesta temporada, o técnico do Benfica reconheceu que ser campeão é um objectivo possível, mas irreal. “Nós não podemos fingir que somos cegos. Faltam sete jogos, 21 pontos, e o Sporting tem 12 pontos de avanço. Matematicamente é possível, mas na prática é difícil. É estar a vender banha da cobra, a contar histórias da carochinha, algo que eu não faço”, disparou, apesar de garantir que o segundo lugar está ao alcance.

“Para entrar directamente na Champions acreditamos. Temos um jogo na Luz com o rival [FC Porto], sabemos que estes sete jogos serão muito duros para FC Porto e Benfica. Vão perder pontos, não tenho dúvidas disso”.

Para a partida frente ao Portimonense, Jesus previu dificuldades. “Sabemos que vamos encontrar dificuldades. Sabemos que o adversário está moralizado, mas também conscientes de que temos capacidade e qualidade para ultrapassá-los. Reconhecendo a qualidade do adversário, sabemos que vamos passar por algumas dificuldades”, apontou.

“Superliga é contra a essência do futebol”

Jorge Jesus aproveitou ainda para abordar o tema do momento, a Superliga. Para o treinador do Benfica, tratava-se de um torneio “contra o que é a essência do futebol e do desporto”.

“As pessoas que têm essa noção e respeito pelo jogo nunca vão aderir a uma situação dessas”, acrescentou, argumentando que a elite do futebol não se cria pelo dinheiro, mas pelos resultados desportivos.

Outro assunto abordado por Jesus foi o desempenho de Everton, jogador que não explodiu como se esperava pelo estatuto trazido do Brasil.

Para o treinador, trata-se de um problema de adaptação. “Estive um ano e meio no Brasil e de três em três dias via-o a jogar. Ele sabe que não está a jogar ao nível que jogava no Brasil, mas há jogadores que demoram mais para se adaptarem. Em Portugal somos muito mais evoluídos tacticamente. Sabemos parar com mais qualidade o jogo dos adversários e ele tem tido alguma dificuldade nesse pormenor”.

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