Cachin estragou “dobradinha” de Borges

Tenista da Maia compensou em pares o desaire na final de singulares em Oeiras.

Foto
Sara Falcão

Não foi por causa da derrota no derradeiro encontro do Oeiras Open 2 que a semana que findou vai deixar de ser memorável para Nuno Borges. Além da estreia numa final do ATP Challenger Tour, o tenista português conquistou o seu primeiro título neste escalão, ao triunfar na prova de pares ao lado do compatriota Francisco Cabral.

A disputar pela quinta vez um quadro final no Challenger Tour, onde nunca tinha passado da segunda ronda, Borges (378.º no ranking ATP) acusou alguma inexperiência e também cansaço para deixar escapar o triunfo para o argentino Pedro Cachin (336.º), por 7-6 (7/4), 7-6 (7/3).

Após um primeiro set sem break-points, o tenista nascido na Maia há 24 anos dominou o segundo até comandar por 5-1. Mas o desperdício de oito set points (três dos quais com duplas faltas) e vantagens de 40-0, a 5-2 e 5-4, minaram a confiança de Borges e deram novo ânimo a Cachin. O tenista luso voltou a ganhar um jogo de serviço para forçar novo tie-break, mas não evitou que o argentino de 25 anos conquistasse o segundo challenger na carreira.

“Fiquei muito triste por não ganhar a final, foi uma lição que tenho de aprender. O Pedro mereceu porque jogou bem do princípio ao fim”, afirmou Borges, ainda incrédulo com as oportunidades desperdiçadas no segundo set. “Ainda estou a tentar perceber o que aconteceu. A tensão da final, mais o desgaste acumulado ao longo do torneio… acontece-me muito ter altos e baixos no serviço, mas hoje precisava muito dele e não esteve lá”, admitiu.

Recorde-se que a segunda meia-final foi interrompida na véspera, pela chuva, quando Gonçalo Oliveira (296.º) se preparava para servir a 5-4. No reatamento, domingo de manhã, o tenista portuense de 26 anos não conseguiu fechar a partida e quando Cachin liderava por 7-6 (7/4), 4-0, acabou por abandonar, devido a uma lesão nas costas que o perturbam desde a segunda ronda.

“Ontem estive o dia todo em tratamento, senti-me um bocadinho melhor à tarde, mas a verdade é que de noite tive muitas dores. Quase não consegui servir, doía bastante, e era difícil bater a direita. Não pude ser agressivo. Tentei aquecer bem, activar o melhor possível, entrar quente, mas a verdade é que nem assim consegui”, contou Oliveira, que espera regressar a Portugal no final do mês para disputar mais um challenger.

Mais tarde, Borges e Cabral disputaram a final de pares, frente a Pavel Kotov e Chun-hsin Tseng, com a dupla portuguesa, que já conquistou juntos seis títulos da variante no circuito ITF, a impor-se, por 6-1, 6-2.

Em Monte Carlo, João Sousa (107.º) falhou o acesso ao quadro principal do primeiro Masters 1000 do ano em terra batida, ao perder na segunda e última ronda do qualifying com o italiano Thomas Fabbiano (172.º), em dois sets: 7-5, 6-4. No torneio monegasco estão presentes oito jogadores do top 10 – Novak Djokovic, Daniil Medvedev, Rafael Nadal, Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev, Andrey Rublev, Diego Schwartzman e Matteo Berrettini – que ficaram isentos da ronda inaugural.

Esta semana, decorre no Jamor o W60 Oeiras Ladies Open, o primeiro de dois torneios femininos dotados com 60 mil dólares em prémios monetários (7.600 euros para a vencedora), igualmente organizados pela Federação Portuguesa de Ténis. Participam nove jogadoras portuguesas, seis delas no qualifying que teve início este domingo.

Sugerir correcção
Comentar