Ninguém fica para trás

É deste espírito de missão que Lisboa e os lisboetas precisam. É desta determinação em garantir a segurança de todos e retomarmos a vida pulsante da nossa cidade que se constrói a esperança no futuro.

A Páscoa é tradicionalmente uma data marcante, que nos recorda que todos podemos atingir a eternidade. Em 2021, a Páscoa ganhou ainda maior relevância, porque marca também o início do nosso desconfinamento. Com responsabilidade, garantindo a distância e os procedimentos de segurança anti-covid que fazem já parte do nosso quotidiano, iniciamos agora um retorno à atividade mais alargado e que visa recuperar a normalidade nas nossas vidas.

O esforço que todos temos feito para combater a pandemia é digno de reconhecimento. Em pouco mais de um mês, vencemos em todos os indicadores a dura batalha à covid-19, não sem termos chorado pelas milhares de perdas de vidas humanas por todo o mundo, vidas de irmãs e irmãos nossos, que nos provaram a brutalidade deste inimigo invisível.

Ninguém pode dizer-se livre por inteiro desta ameaça, ainda que a vacinação avance a passos largos e já tenha imunizado a maior parte dos que constituem maior risco, mas a esperança de que juntos podemos vencê-la e uma atitude responsável são as nossas melhores armas. A segunda fase de desconfinamento devolve-nos esta esperança de que podemos retomar as nossas vidas, mas não basta esperarmos melhores dias, é preciso reconstruir um sentimento de segurança a que as autarquias não poderão estar alheias.

É este o compromisso da autarquia que lidero, mas é também a determinação de Fernando Medina aos comandos do município de Lisboa. Enquanto uns se entretêm na antecipação das batalhas eleitorais que ocorrerão no final do ano, lançando imponentes outdoors onde se agigantam, há pequenas formigas que trabalham pelo bem-estar de todos, que adiam a disputa pelos votos para tempos mais apropriados. 

Fernando Medina acaba de lançar um programa de testagem em massa, com testes rápidos gratuitos, em dez freguesias de Lisboa com maior incidência de covid-19, que acrescenta uma nova camada de proteção ao assegurar que as pessoas que estão nas freguesias mais afetadas têm possibilidade de realizar dois testes por mês gratuitamente. Um gesto pequeno no dia-a-dia dos cidadãos, mas que constitui um contributo gigante para nos devolver a liberdade que a covid-19 nos ameaça.

É deste espírito de missão que Lisboa e os lisboetas precisam. É desta determinação em garantir a segurança de todos e retomarmos a vida pulsante da nossa cidade que se constrói a esperança no futuro. É esta demonstração de resiliência e da capacidade de concretização que alimenta a confiança na continuação do caminho traçado. 

E neste caminho traçado, que assenta numa governação responsável, consistente, coerente, com visão e estratégia coletiva com os olhos postos no futuro, não há espaço para nos distrairmos com encaloradas promessas daquilo que já se faz, ideias transformadoras para uma Lisboa já renovada e uma mão cheia de nada, por quem chegou agora a apregoar uma paixão antiga por Lisboa. É caso para perguntar, “por onde andastes, senhores meus?”, quando tudo era tempestade, águas turvas, vento, chuva e frio? 

É caso para dizer que enquanto uns, que agora aportaram o pensamento no cais das colunas, tentam garantir uns poucos lugares lá mais à frente, outros há que persistem em garantir que ninguém fica para trás.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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