Cartas ao director

Coitados dos pobres ricos, do Estado e de nós!

O artigo de João Miguel Tavares no PÚBLICO de sábado - "Portugal tem os ricos mais pobres da Europa"-  dá que reflectir. Diz que os “pobres ricos” portugueses são pobres, coitados. E sugere que deviam ser mais “acarinhados” pois os impostos são elevados, mas os bancos emprestam a rodos a estes “desgraçados”, capitalistas sem capital (?). De quem a culpa? Obviamente do Estado, que os taxa desmedidamente e lhes empresta dinheiro que, afinal eles até “merecem”. Assim tão maltratados, refugiam-se nas suas quintas para cultivar vinho (provavelmente com novo empréstimo) e viverem a vida que merecem, claro!

Pobres mesmos são o país e os seus cidadãos que entalados entre estes “pobres capitalistas” e o Estado minado por dentro que lhes faz os favores “merecidos”, pagam e não bufam.

Fernando Cardoso Rodrigues, Porto

Governo rico de pessoas pobres

Li o texto de J. M. Tavares, gostei e concordo, porque reflecte a existência de muitos pobres de liquidez e se pavoneiam com sinais exteriores de riqueza que não é deles e com isso passam por ricos. Muitos conhecemos nós, mas há muitos outros que desconhecemos. Nestes podemos incluir todos os que se passeiam em grandes “espadas” com o crédito que pediram aos bancos. Se quisermos pôr cobro ao trânsito caótico que anda pelos centros urbanos e pelas nossas estradas, é só deixar circular os carros que não foram comprados a crédito. 

J. M. Tavares tem razão quando afirma que se deveres milhares de euros ao banco, o problema é teu; se deveres muitos milhões o problema é do banco. Temos um Governo, como os seus antecessores, que esbanja muitos milhares de milhões sem uma dor de alma porque o dinheiro não é dele. Quando de trata de mostrar-se rico só vomita na escala de milhões. Chega-se à conclusão de que não há dinheiro para as necessidades, mas há mesmo muito para satisfação dos ricos e para tantos que se habituaram a viver à custa do Estado.

Artur Gonçalves, Sintra

"A sexualidade de plantas e humanos"

Quem, um dia, teve o privilégio de ser aluno de Jorge Paiva, lê e comove-se. Um texto delicioso, magnificamente arquitectado, redigido e ilustrado (PÚBLICO de domingo).

Saber é muito bonito. Saber comunicar o conhecimento é muito útil e profundamente nobre e generoso. O que o bom mestre não desiste de fazer. Haja quem leia (ou oiça) e aprenda. Eu sou dos que ficam à espera de mais. A ele, muitos parabéns. E um enormíssimo obrigado.

José Batista da Ascenção, Braga

O Aeroporto de Lisboa<_o3a_p>

Como cidadão civicamente interessado, acompanho esta polémica à volta do novo aeroporto de Lisboa (NAL). Por isso, tomo a liberdade de, também, dar um palpite. Porque não construir o NAL em Vendas Novas?

<_o3a_p>

Aqui está a antiga Escola Prática de Artilharia. Agregado a esta existe um polígono para treino de tiro com muitos hectares. Vendas Novas fica a 80km de Lisboa. É servida por caminho-de-ferro e por auto-estrada. Por autocarro, serão 60/70 minutos. Por comboio, os mesmos 80km serão 30/40 minutos.

<_o3a_p>

Porque não afetar este polígono ao novo aeroporto? O terreno é público. Está numa zona sem grandes aglomerados populacionais e, creio, sem as restrições ambientais da Portela, do Montijo e de Alcochete. Não seria necessário construir novas travessias do Tejo, pelo menos para este efeito (muitos milhões). Nem construir o oleoduto para a Portela (40 milhões). Estes milhões poderiam ser alocados ao NAL em Vendas Novas.

<_o3a_p>

António Machado, Lisboa

António Ramalho

Se António Ramalho tivesse vergonha e orgulho na forma como deveria ter sido CEO do Novo Banco não estaria a pedir, mais uma vez, dinheiro. Desta vez são 598,3 milhões de euros a juntar a tantos outros. É a confissão do fracasso total por parte de alguém pago a peso de ouro. É evidente que os acordos têm de ser cumpridos como diz Mário Centeno que sabe, obviamente e melhor do que ninguém, o que assinou e a forma como “condenou” o Estado a ser responsável pelas asneiras de Ricardo Salgado e de, ainda que noutro patamar, de Maria Luís Albuquerque e de Passos Coelho (lembram-se?). Mais uma vez o crime compensa. Mais uma vez o português anónimo e cumpridor vai pagar. Mais uma vez um “especialista” em gestão como António Ramalho cumpre o papel de servir o sector privado delapidando recursos do sector público talvez de forma propositada ou melhor, aproveitando até ao limite o que o governo português, em dia de loucura total, assinou. Infelizmente haverá sempre muitos que são obrigados a pagar as asneiras que os considerados “iluminados” provocam.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

<_o3a_p>

Sugerir correcção
Comentar