Grupo terrorista Daesh reivindica controlo sobre Palma

“Portugal tem mantido contactos permanentes com as autoridades moçambicanas” e esta empenhado em resolver “a questão de fundo”, diz António Costa.

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A população de Pemba aguarda no porto pela chegada dos deslocados vindos de Palma LUIS MIGUEL FONSECA/LUSA

O grupo terrorista Daesh reivindicou esta segunda-feira o controlo da vila de Palma, que tem estado sob alerta desde o ataque levado a cabo por insurgentes, na quarta-feira. Em apoio à situação que se vive em Cabo Delgado, o primeiro-ministro, António Costa, manifestou o empenho em resolver “a questão de fundo”, referindo ter falado pessoalmente com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

A informação foi avançada pela agência oficial do movimento jihadista, a Amaq, divulgando imagens da vila no extremo Norte de Moçambique ao reivindicar a ocupação da capital do distrito, perto da fronteira com a Tanzânia.

A reivindicação foi anunciada no seguimento do ataque armado de quarta-feira que vitimou dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, a seis quilómetros do empreendimento da Total.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes. Também Portugal manifestou a sua preocupação e apoio: António Costa afirmou, esta segunda-feira, que o Governo português está a acompanhar permanentemente a situação no norte de Moçambique “através dos Ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional”.

O primeiro-ministro disse que Portugal “está a trabalhar, não só relativamente a este episódio em concreto, mas, igualmente, para a resolução da questão de fundo”, à margem a cerimónia de entrega de prémios do Imprensa Nacional Casa da Moeda, em Lisboa, presidida pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

“Como sabe, Portugal tem mantido contactos permanentes com as autoridades moçambicanas e eu próprio tive a oportunidade de falar com o Presidente Nyusi. O senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros [Augusto Santos Silva] liderou a missão da União Europeia que se deslocou a Moçambique”, esclareceu.

A região tem sido palco de ataques de insurgentes jihadistas desde 2017, criando uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Desde quarta-feira muitas pessoas fugiram para o mato e para Pemba, capital do distrito de Cabo Delgado. Os números exactos de vítimas ou desaparecidos continuam por precisar, enquanto a maioria das comunicações com Palma ainda estão por ser estabelecidas.

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