A ciência em Portugal

Estes resultados representam um reforço do apoio público para estimular a nossa participação em programas europeus, como o Horizonte Europa, reforçando as instituições com mais e melhores carreiras científicas e promovendo a concentração, a multidisciplinaridade e o estabelecimento de redes e grupos de investigação.

Foi recentemente conhecido o resultado do exercício de avaliação das candidaturas a Laboratórios Associados.

Obviamente que me congratulo com os resultados da Universidade de Évora: lideramos dois dos novos Laboratórios Associados, em áreas que elegemos como áreas âncora para o desenvolvimento e a afirmação da universidade, um na área do Património, Artes, Sustentabilidade e Território, o IN2PAST, outro dedicado à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, o CHANGE. Os investigadores e docentes da Universidade de Évora estão ainda envolvidos noutros novos laboratórios associados pelo facto de termos em Évora polos de centros de investigação que também concorreram, nomeadamente o ARINET- Rede de Infraestruturas em Investigação Aquática e o REAL – Translação e Inovação para a Saúde Global.

É um reconhecimento, na minha modesta opinião, merecido. O resultado foi, portanto, bom para a Universidade de Évora mas, principalmente, os resultados são muito bons para o país.

Este resultado representa um enorme passo na evolução e reforço da nossa rede de Laboratórios Associados, os nossos principais centros de ciência. Aumentámos, em número, de 25 para 40, com um aumento do financiamento global (comparado a 2019) de 30% até 2021 e, principalmente, com novas centralidades: há novos laboratórios em Évora, Vila Real, Bragança e Braga, além de um reforço em Lisboa, Porto, Coimbra e Aveiro.

E não se pense que se diminuiu na exigência. O modelo de avaliação foi o mesmo de anos anteriores, pelo que se pode concluir que a política de apoio à ciência, sempre insuficiente porque cada vez mais exigente, tem dado frutos.

A ciência dá mais uma vez um exemplo de inclusão e de diversidade.

Há dinâmica, inovação, e muita ciência no interior de Portugal. 

É sempre bom saber e não esquecer.

Também foi importante o reforço em áreas científicas atuais e desafiantes: a) transição digital e ecologia, com novos laboratórios em ciências agrárias e alimentares, assim como em sistemas digitais; b) reforço das ciências da vida na área da translação e investigação clínica; c) reforço das ciências sociais com uma forte aposta em novos laboratórios em humanidades e artes. Mais um exemplo importante do avanço da ciência em Portugal: as artes estão presentes, crescem e florescem, como há muito acontece noutros países da Europa; é mais um passo no reconhecimento da ciência como transversal a toda a sociedade.

Estes resultados representam um reforço do apoio público para estimular a nossa participação em programas europeus, como o Horizonte Europa, reforçando as instituições com mais e melhores carreiras científicas e promovendo a concentração, a multidisciplinaridade e o estabelecimento de redes e grupos de investigação como uma prática cada vez mais presente na ciência em Portugal.

É necessário que estejamos preparados para competirmos em pé de igualdade com os países tradicionalmente mais fortes do centro da Europa, para provar que o investimento tem que ser realmente distribuído para que a coesão, o crescimento e o desenvolvimento não sejam uma miragem, para que caminhemos para uma Europa a apenas uma velocidade.

Portugal está agora mais bem preparado para esta competição. Seria bom que todos reconhecessem o valor da ciência!

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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