Jorge Jesus admite regresso a uma fórmula que não lhe deu vitórias

Sp. Braga e Benfica defrontam-se neste domingo num jogo importante na luta pelos lugares que darão acesso à Liga dos Campeões.

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LUSA/Jakub Kaczmarczyk

Um dia depois de o FC Porto jogar em Portimão e o Sporting receber o V. Guimarães, Sp. Braga e Benfica vão estar frente a frente pela terceira vez esta época, num confronto onde os “encarnados” vão entrar mais pressionados: uma derrota deixa as “águias” a cinco pontos dos “arsenalistas” e pode colocar o FC Porto a seis de distância.

Na antevisão da partida, Carlos Carvalhal garantiu que o Sp. Braga “não se adapta aos adversários”, enquanto Jorge Jesus admitiu que a aposta na formação não faz parte do seu “historial” e o regresso ao esquema de três defesas centrais, fórmula que ainda não garantiu qualquer triunfo aos benfiquistas nesta temporada.

Depois de se defrontarem em Novembro no Estádio da Luz para o campeonato e em Janeiro no Estádio Municipal de Leira para a Taça da Liga – o Sp. Braga ganhou as duas partidas –, Carvalhal e Jesus terão no Minho um duelo onde há muito pouca margem de erro para os dois treinadores.

No entanto, o técnico dos bracarenses, que pode tornar-se no primeiro treinador do Sp. Braga a derrotar o Benfica por três vezes na mesma temporada, desvalorizou o historial entre os dois clubes: “O passado vale zero. Isso é para os museus. Cada jogo depende da atitude dos jogadores, da concentração, do controlo emocional. E isso diz respeito a cada jogo.”

Com a “perspectiva de um grande jogo” entre “duas equipas boas, muito bem organizadas e com ideias de jogo definidas”, Carvalhal elogiou o rival “valoroso” que “está numa curva ascendente”, mas assegurou que o Sp. Braga vai querer “impor o seu jogo”, sem condicionar a sua estratégia pelo nome do oponente: “Não nos desviamos um milímetro em função dos adversários. Não nos adaptamos. Tentamos que a nossa matriz tenha mais capacidade. Preparamo-nos bem e sabemos o que o Benfica pode fazer. Estamos com vontade de vencer.”

Se Carvalhal não coloca a hipótese de alterar o modelo de jogo para defrontar o Benfica, Jesus admite que o duelo em Braga pode ditar o regresso da sua equipa à fórmula de três centrais. Depois de dizer que a lesão de Jan Vertonghen “fez com que fosse mais fácil a entrada do [Lucas] Veríssimo”, lembrou que a sua equipa “nos últimos jogos não sofreu golos”. Motivos? “A estabilidade defensiva teve a ver com a entrada do Lucas e a melhoria da equipa a nível de treino.”

Porém, com o habitual capitão da selecção da Bélgica de novo apto, Jesus admitiu o regresso de Vertonghen à titularidade, jogando o belga a lado de Otamendi e de Veríssimo. “É uma possibilidade que se pode colocar. Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira [vez]. Este ano já jogámos quatro jogos assim. Uma não perceberam, foi camuflada. Se jogar o Vertonghen, o Otamendi e o Lucas é fácil perceber que são três defesas no corredor central, mas este ano já jogámos assim. E desses três, só jogaram dois… no jogo do Dragão.”

Para além do duelo contra o FC Porto (1-1) em que os centrais benfiquistas jogaram “camuflados”, Jesus usou a fórmula do trio de defesas na zona central no desaire contra o Sporting em Alvalade (0-1) e no duplo confronto com o Arsenal, na Liga Europa: empate (1-1) e derrota (2-3).

Questões tácticas à parte, Jorge Jesus falou ainda sobre um dos temas que está na actualidade benfiquista: a formação. Para o treinador, “essa questão da formação importa alimentar para ver se se vende jornais”, mas, logo de seguida, não teve pudor em reconhecer que não é uma vertente que ficará no seu currículo como treinador: “Na prática, não é esse o meu historial.”

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