Mislav Orsic, o globetrotter anónimo que abateu Mourinho

O treinador português culpou, globalmente, todos os jogadores do Tottenham pela derrota na Liga Europa, mas a queda de Mourinho tem um nome: Mislav Orsic. Um croata que foi uma grande promessa de 17 anos, mas que, aos 28, ainda pouco tinha saído da penumbra. Até ao dia em que marcou três golos ao Tottenham com a Europa a assistir.

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José Mourinho está fora da Liga Europa. O Tottenham caiu inopinadamente frente ao Dínamo Zagreb, com uma derrota por 3-0, na Croácia, depois de entrar em campo com uma vantagem de dois golos. O treinador português culpou, globalmente, todos os jogadores do Tottenham, pela falta de atitude competitiva, mas a queda de Mourinho tem um nome: Mislav Orsic. Um croata que foi uma grande promessa de 17 anos, mas que, aos 28, ainda pouco saiu da penumbra. Até ontem.

Exceptuando o veterano Joe Hart, guarda-redes suplente de Hugo Lloris, todos os jogadores do plantel do Tottenham – mesmo todos – têm um valor de mercado superior (em alguns casos amplamente superior) ao de Mislav Orsic – 7,5 milhões de euros, com base no site Transfermarkt.

O valor de mercado é apenas um número, que não joga futebol nem pontapeia bolas para as balizas, mas é um indicador que atesta o quão longe estava Orsic de ser visto como o homem que, sozinho, daria a volta a um 2-0 a favor do poderoso Tottenham, revertendo-o para 3-2 a favor do modesto Dínamo.

Se o valor de mercado não fala por si, fá-lo o passado de Orsic. Este extremo croata tem sido pouco mais do que um anónimo, não por jogar no Dínamo – equipa que até tem estado na Champions nas últimas temporadas –, mas por já estar, aos 28 anos, na segunda metade de uma carreira marcada pela parca notoriedade.

Orsic chegou à primeira divisão croata no modesto Inter Zapresic, com apenas 17 anos, e era visto como um dos meninos-prodígio do futebol da camisola aos quadradinhos. O problema é que, em grande parte da carreira, andou de sombra em sombra.

Foi irrelevante no Spezia, na Série B italiana, e repetiu-o no Rijeka, que, sem nunca lhe dar um único minuto, o emprestou consecutivamente: primeiro ao Celje, da Eslovénia, onde esteve longe de ser essencial, e depois ao Jeonnam Dragons, da Coreia do Sul, onde já ganhou alguma importância  sob o nome “Orsha”, pela dificuldade dos coreanos em dizer o nome na versão original.

Esse sucesso foi sol de pouca dura, já que a uma primeira boa temporada no Oriente seguiu-se um ano de nova penumbra, já na China. Mas aquele primeiro ano na Coreia, com dez golos, não ficou esquecido. O Ulsan Hyundai lembrou-se de Orsic, que voltou a ser relevante num clube coreano. Mas estava longe – na geografia e, consequentemente, no mediatismo.

Só um regresso a casa salvaria de uma carreira de quase anonimato um croata no topo das suas capacidades. Regressou à Croácia, aos 26 anos, e, no Dínamo, leva três temporadas como jogador-chave numa equipa na qual até nem tem sido a estrela – esse epíteto cabia ao espanhol Dani Olmo, até sair para o RB Leipzig.

Até ver, Orsic não foi feliz em Itália, na Eslovénia e na China, mas, em “casa” e na Coreia, soube, a espaços, ser relevante, com cinco jogos pela selecção balcânica. Parece curto, para aquela que foi uma das grandes esperanças balcânicas aos 17 anos, mas o Tottenham tratou de dar a Orsic um momento de glória.

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