A demolição ideológica do pensamento científico

Joana Cabral tem todo o direito de defender que “o racismo não existe de negros para brancos”. Mas chamar ignorante a quem não partilha da sua visão não é só ridículo – é uma ofensa a quem faz ciência a sério.

Joana Cabral é professora de Psicologia na Universidade Lusófona do Porto e dirigente da SOS Racismo. Há dias, escrevi em tom crítico sobre uma intervenção sua na TVI24, onde defendeu que “o racismo não existe de negros para brancos”, mas apenas de brancos para negros, com o argumento de que o racismo é um “sistema político e económico” e não uma “atitude interpessoal”. Entretanto, Joana Cabral respondeu às minhas críticas num artigo intitulado “De branca para brancos: rigor e justiça”. Regresso ao tema por causa de um detalhe que considero demasiado importante para ser ignorado, e que já tinha denunciado no meu artigo original: a promoção, por parte de uma professora universitária, de uma confusão inaceitável entre ideologia e ciência. Invocar pergaminhos académicos para credibilizar a sua posição nesta matéria é uma fraude intelectual.

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Joana Cabral é professora de Psicologia na Universidade Lusófona do Porto e dirigente da SOS Racismo. Há dias, escrevi em tom crítico sobre uma intervenção sua na TVI24, onde defendeu que “o racismo não existe de negros para brancos”, mas apenas de brancos para negros, com o argumento de que o racismo é um “sistema político e económico” e não uma “atitude interpessoal”. Entretanto, Joana Cabral respondeu às minhas críticas num artigo intitulado “De branca para brancos: rigor e justiça”. Regresso ao tema por causa de um detalhe que considero demasiado importante para ser ignorado, e que já tinha denunciado no meu artigo original: a promoção, por parte de uma professora universitária, de uma confusão inaceitável entre ideologia e ciência. Invocar pergaminhos académicos para credibilizar a sua posição nesta matéria é uma fraude intelectual.