FPF prepara árbitros estrangeiros a partir da próxima época

Jornal A Bola revela neste sábado o plano do organismo. APAF contesta medida, com o argumento de que os juízes portugueses são muito competentes.

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Rui Gaudencio

As competições de futebol profissional em Portugal terão árbitros estrangeiros a partir da próxima temporada, tanto no campo como no VAR. A notícia foi avançada neste sábado pelo jornal A Bola, que deu conta do plano do Conselho de Arbitragem para esta medida que será inédita no futebol português.

De acordo com o diário, estão a ser ultimados os detalhes de um intercâmbio com outro país europeu (que não foi revelado) relevante e o anúncio formal do plano estará para breve. Em traços gerais, a medida irá incidir sobre os árbitros mais jovens que já sejam internacionais e irá englobar equipas completas (incluirá também o videoárbitro), sendo que o organismo presidido por José Fontelas Gomes pretende que este plano entre em vigor já a partir de 2021-22.

Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), entende que esta medida é injusta para os árbitros nacionais. “Temos árbitros muito competentes para as nossas competições nacionais e para todas as grandes competições internacionais”, referiu o líder da APAF ao jornal Record, acrescentando que o organismo não foi consultado sobre esta decisão e que esta medida é mais estética que estrutural.

“O importante e urgente é dotar o nosso futebol e os nossos árbitros com todas as competências e condições para que se tenha um futebol melhor. Melhores regulamentos, melhores condições, mais foco na competição e menos na política desportiva de distracção”, apontou.

Este cenário consta, aliás, desde 2012, dos regulamentos de arbitragem da Liga, que no seu artigo 9.º prevê que possam “igualmente arbitrar competições organizadas pela Liga Portugal os árbitros e árbitros assistentes inscritos em federações estrangeiras com as quais a FPF estabeleça contrato, tendo por objecto o intercâmbio de serviços e em condições de paridade desde que possuam categoria equivalente às referidas”.

A medida não pretende ser meramente pontual, ou pensada para jogos mais mediáticos, até pelo carácter inerente ao intercâmbio de árbitros mais jovens, pelo que se pretende uma “troca” regular. 

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