Liga Europa: Sp. Braga fica pelo caminho em jogo realista

Dzeko e Mayoral repetiram a “proeza” da primeira mão e a Roma ainda marcou na própria baliza, antes de se qualificar para os oitavos-de-final da prova.

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Reuters/ALBERTO LINGRIA

Dzeko a abrir e dois golos de Pérez e Mayoral no último quarto de hora (sem contar com o desvio de Cristante, para a própria baliza) ditaram a sorte do Sp. Braga na Europa, de que se despede mais uma vez às portas dos oitavos-de-final. Uma fase que não disputa desde 2015- 16, no consulado de Paulo Fonseca, agora “carrasco” dos minhotos, em Roma (3-1).

Com a eliminatória altamente comprometida face à vitória inequívoca da Roma no encontro da primeira mão, a narrativa do Sp. Braga, apoiada num discurso de antes quebrar do que torcer, a prometer luta até ao último segundo, chocou de forma brutal com a desumanidade do bósnio Edin Dzeko, que a meio da primeira parte colocou a fasquia num plano estratosférico para a equipa portuguesa. 

Subitamente, o Sp. Braga precisava de anular três golos em pouco mais de uma hora, o que obrigava uma equipa com inúmeras limitações e alterações no “onze” inicial a abrir o compêndio das tácticas para marcar três golos, sem se esquecer de fechar a baliza que Carvalhal confiou a Tiago Sá.

Com uma viagem à Madeira antes do jogo decisivo com o FC Porto, para a Taça de Portugal, tudo numa janela de seis dias, Carlos Carvalhal assumiu antes de entrar em campo que as probabilidades de êxito eram reduzidas, optando por reservar alguns jogadores influentes para o que o espera nas provas domésticas. 

Igualmente convencido de que os deuses não trairiam a Roma, Paulo Fonseca olhou para este jogo de uma perspectiva diferente, aproveitando para salvaguardar Mkhitaryan e Spinazzola (dois dos melhores da primeira mão), ao mesmo tempo que dava minutos a El Shaarawy. E o internacional italiano de origem egípcia correspondeu em pleno, atirando à barra da baliza minhota no lance que Dzeko transformou em vantagem para os anfitriões (23’). 

Curiosamente, o Sp. Braga despertou com o golo e, em apenas cinco minutos, surgiu quatro vezes com perigo na área da Roma, com Lucas Piazón em destaque e Sporar a testar a atenção de Pau López.

Mas a ansiedade e alguma precipitação na definição dos lances que lembraram aos italianos que ainda faltava muito para o apito final acabaram por trair as intenções dos bracarenses, sujeitos a nova investida de El Shaarawy... que acabou com mais um remate aos ferros, desta feita a devolver remate de Pedro Rodríguez.  

O Sp. Braga não conseguia marcar antes do intervalo, o que obrigava a uma segunda vaga no recomeço, mas sem a amplitude nem o alcance desejado, para além de uma queda de Sporar na área da Roma, desta vez sem pecado da arbitragem, que viu bem a simulação do esloveno. 

Paulo Fonseca tinha o jogo e a eliminatória controlados e começava a gerir o duelo com o AC Milan. Já Carvalhal, sem dúvidas relativamente à matemática da Europa, aproveitou o clima para tentar evitar nova derrota e assim moralizar as “legiões” para o que se segue. Com Ricardo Horta, Fransérgio e Abel Ruiz em campo, os minhotos ganharam metros e ameaçaram empatar, mas tiveram ainda a prova da dimensão da Roma num penálti prontamente assinalado numa penetração de Carles Pérez, a forçar a passagem sem falta de João Novais. Pellegrini falhou, mas a Roma não se atrapalhou, elevando mesmo a vantagem instantes depois, com um bom golo de Pérez, a passe de Pellegrini.

A noite estava definitivamente fechada, com Carlos Carvalhal a dar uma oportunidade ao estreante Hernâni Infande, avançado da equipa B chamado a um palco internacional. Faltava apenas o golo de honra do Sp. Braga, uma gentileza de Cristante (88'), e o da ordem de Mayoral (90+1'), no adeus europeu dos minhotos.

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