Jorge Jesus: “Esta crise não tem nada a ver comigo”

Técnico do Benfica descartou responsabilidades na crise de resultados e também ilibou jogadores, presidente e restante estrutura. A culpa, repetiu, foi da covid-19.

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Jorge Jesus, treinador do Benfica LUSA/TIAGO PETINGA

Era uma conferência de imprensa para antecipar o jogo da segunda mão da eliminatória da Liga Europa com o Arsenal, mas pouco ou nada se falou do compromisso europeu. Antes, foi uma sucessão de vários monólogos em que Jorge Jesus repetiu a mesma ideia, a de não ter qualquer responsabilidade na crise de resultados dos “encarnados”, e ilibando, igualmente, jogadores, Luís Filipe Vieira e a restante estrutura do clube.

“Vou sempre assumir a minha responsabilidade, esta crise não tem nada a ver comigo, não tem nada a ver com os jogadores. Diziam que não corriam e não suavam, mas como é que eles podiam? Eles estavam doentes com uma doença que não conseguimos controlar. Depois do jogo do FC Porto, tivemos mais dez infectados, uma equipa técnica vários dias sem dar o treino. A mensagem não passa, nem podíamos estar juntos para falar. Neste momento, os jogadores do Benfica precisam de carinho e não de dúvida, o Benfica devia estar junto”, assinalou Jesus.

A cada pergunta que lhe faziam sobre a crise de resultados ou sobre se teria condições para continuar como técnico dos “encarnados, Jorge Jesus repetia a ideia de não ser o responsável por o Benfica estar a 15 pontos do primeiro classificado, ter falhado na Taça da Liga, na Supertaça e estar tremido na Liga Europa. E que as coisas vão correr melhor no futuro.

Buzinão para dar carinho

“Chega de responsabilizarem a mim, o presidente e os jogadores. Sabemos o que nos colocou nesta crise. A 2 de Fevereiro foram os últimos com covid. Estamos a pôr a cabeça de fora, no ultimo jogo tive cinco jogadores que correram acima de dez quilómetros, nunca tinha acontecido. Isto não tem nada a ver comigo, vim porque acreditei no projecto, parece que isto do covid não é uma questão mundial”, prosseguiu o técnico.

E por isso, acrescentou Jesus, a saída não é algo que esteja a considerar: “Assumia a responsabilidade se os pudesse treinar, se eles tivessem condições para o fazer. Foi semana após semana, não vou sair por pé nenhum, não me sinto responsável pela crise, nem os jogadores, nem o presidente. Só eles é que sabem o que passaram. Disseram-me agora, vai haver um buzinão, devia era haver um buzinão para nos dar carinho!”

Apesar dos resultados muito abaixo do esperado e do investimento feito, Jesus garante que se sente feliz e motivado na Luz. “Vim para o Benfica porque acredito no projecto e continuo a acreditar. No ultimo ano só não ganhei o campeonato do mundo [com o Flamengo], sei que os treinadores nem sempre ganham, mas isto não tem nada a ver com falta de qualidade do meu trabalho, dos jogadores e da estrutura. Claro que estou feliz, não totalmente, vim para ser campeão, para poder trabalhar normalmente e fui impedido por uma pandemia. Todos os dias a levar com isto... Ninguém vê a verdade?”

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