O título já é apenas uma miragem para o Benfica

Os “encarnados” empataram a zero no Algarve contra o Farense e já estão a 15 pontos do líder Sporting.

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Momento do jogo entre o Farense e o Benfica LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Com 15 pontos de atraso para o líder (Sporting) e com apenas um de vantagem para o quinto classificado (Paços de Ferreira), o Benfica saiu neste domingo do Algarve com as contas mais clarificadas. Para os adeptos benfiquistas mais optimistas, o título ainda pode ser uma miragem, mas para os mais realistas já não há luz ao fundo do túnel. Com o empate a zero no Algarve contra o Farense, os “encarnados” perderam 13 pontos nas últimas sete jornadas e continuam sem ganhar fora do Estádio da Luz para o campeonato em 2021.

Com um currículo neste ano digno de uma equipa da classe média do campeonato – são apenas duas vitórias em nove jornadas -, o Benfica chegou a Faro depois de Jorge Jesus, a meio da semana, ter apostado em três centrais para debater-se com o Arsenal, mas no regresso às provas internas o técnico regressou ao seu sistema táctico predilecto: o 4x4x2.

Sem Weigl, que nas últimas jornadas vinha cumprindo bem o papel de médio mais defensivo, Jesus socorreu-se da única opção que tinha disponível (Gabriel), entregando novamente a Taarabt a missão de ligar o meio-campo ao ataque, onde surgiam Rafa e Everton nos flancos, Seferovic e Darwin no centro.

E o Benfica que se apresentou no Algarve não foi diferente do que se tem visto nos últimos tempos. Sem conseguir empurrar o rival para a sua área, o Benfica viveu sempre na vertigem de atacar com perigo sem garantir que tinha a sua retaguarda resguardada. O resultado foi um jogo aberto, com oportunidades para ambos os lados.

O Benfica, no entanto, pareceu sempre mais perto do golo nos primeiros 45 minutos e Darwin foi o primeiro a ameaçar Defendi: o remate do uruguaio de fora da área passou perto do poste da baliza do Farense. Numa boa fase – vitória no Funchal frente ao Nacional e empate em Guimarães -, os algarvios, sempre comandados pelo talento de Ryan Gauld, corriam menos riscos, mas a uma oferta do meio-campo seguiu-se uma cratera no centro da defesa benfiquista e Helton Leite, aos 14’, evitou que Pedro Henrique marcasse.

O jogo estava sem guião definido, o Benfica mostrava ineficácia (Everton, aos 18’; Darwin, aos 25’) e, aos 36’, Rafa complicou na área, acabando no chão a pedir um penálti que não foi assinalado. Quatro minutos depois, o protagonismo voltou a ser da arbitragem, depois de Licá aproveitar o espaço dado por Nuno Tavares para colocar a bola no fundo da baliza de Helton Leite – o golo acabou anulado por fora de jogo.

Com o relógio a jogar contra si, Jesus fez as primeiras alterações aos 54’, sem alterar o desenho da equipa (Diogo Gonçalves e Waldschmidt nos lugares de Gilberto e Darwin), mas a eficácia “encarnada” continuou a não existir: Rafa, na cara de Defendi, não conseguiu ultrapassar o guarda-redes brasileiro.

Pouco depois, Jesus voltou a apostar numa dupla substituição (aos 65’, Gabriel e Nuno Tavares cederam os seus lugares a Pizzi e Grimaldo), mas na primeira vez que Pizzi tentou a sua sorte, acertou com o seu pé esquerdo de raspão no poste dos algarvios. Pouco depois, foi Seferovic a falhar – o remate do suíço saiu por cima –, e, quando parecia que o Farense ia ser encostado às cordas, o Benfica perdeu fôlego.

Nos últimos minutos, as "águias” deixaram de conseguir aproximar-se com perigo da baliza de Defendi e, perante um rival com coração a mais e cabeça a menos, o Farense segurou sem grandes sobressaltos um ponto importante na apertada luta pela permanência.

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