Osaka e Brady no último duelo em Melbourne

Daniil Medvedev vai desafiar domínio de Novak Djokovic no Open da Austrália.

Foto
Jennifer Brady Reuters/ASANKA BRENDON RATNAYAKE

Quando Jennifer Brady defrontou Naomi Osaka pela primeira vez, não teve dúvidas: “Ela vai ser boa, tem alguma coisa de especial.” Estavam em 2014, num torneio júnior, e os dois anos a mais de Brady fizeram a diferença. Nos dois reencontros seguintes, em 2018 e 2020, Osaka confirmou a profecia da norte-americana e venceu ambos. Mas em Setembro último, nas meias-finais do Open dos EUA, a japonesa de 23 anos precisou de três sets. Brady está a despontar mais tarde, mas também tem algo que faz dela uma campeã.

“Ela sabe o quão perigoso o seu jogo pode ser e o quão dura pode ser no court. Melhorou em todos os aspectos do seu jogo”, avisou o alemão Michael Geserer, que começou a trabalhar com Brady em Setembro de 2019, quando ela estava fora do top-60. O treinador e o preparador físico Daniel Pohl potenciaram a determinação de Brady que, aos 25 anos, estreia-se em finais de Grand Slams. “Sempre que entra no court, deixa lá tudo. Na final, vai estar muito motivada”, garantiu Geserer.

À chegada a Melbourne, Brady foi uma das “azaradas” que teve de cumprir uma quarentena rigorosa, devido a um caso de covid-19 no avião em que viajou. Mas aproveitou os 14 dias sem sair do quarto de hotel para preparar-se fisicamente, com duas sessões de treino diárias, e mentalmente, após um ano em que conquistou o seu primeiro título no WTA Tour (Lexington), atingiu uma meia-final do Grand Slam (Open dos EUA) e se cimentou no top-30. Agora, tem garantida a subida para perto do top-10 e é candidata a primeira campeã do Grand Slam vinda do circuito universitário dos EUA desde 1979.

Na final, Brady vai, pela primeira vez no torneio, defrontar uma adversária do top-20 e logo a melhor tenista da actualidade, estatuto reivindicado por Osaka ao triunfar em três torneios do Grand Slam desde Setembro de 2018; nenhuma outra tenista conquistou mais que um major nesse período.

“A base para se jogar bem é uma boa atitude”, admite Wim FIssette, ex-treinador de Kim Clijsters, Victoria Azarenka, Angelique Kerber, Simona Halep e, desde final de 2019, de Osaka. Se no último Open dos EUA, Osaka tinha a motivação extra de dar visibilidade à causa “BlackLivesMatter”, em Melbourne tem mostrado uma confiança inabalável, que a levou a derrotar Garbñe Mguruza depois de anular dois match-points (um deles com um ás) e vencer inapelavelmente a ídolo Serena Williams.

“Ela surpreende-me todos os dias; a forma como lida com as situações mais difíceis é espectacular. A forma como foi jogar com Serena, a felicidade, a calma durante o encontro, os grandes serviços nos momentos mais importantes, como terminou… Certas coisas podem treinar-se, mas estas são muito naturais”, disse Fissette.

Na final masculina (domingo, 8h30), Daniil Medvedev vai desafiar o domínio de Novak Djokovic no Open australiano. “Ele é o favorito porque nas oito ocasiões em que chegou às meias-finais, venceu o torneio. Eu sou o pretendente, aquele que desafia o tipo que esteve oito vezes na final e ganhou oito vezes. Estou contente com isso”, afirmou Medvedev (4.º), depois de somar a 20.ª vitória consecutiva desde Outubro, sobre Stefanos Tsitsipas (6.º), por 6-4, 6-2 e 7-5.

Sugerir correcção
Comentar