Mais de 100 golos portugueses nas cinco grandes Ligas europeias

Os futebolistas portugueses já marcaram esta temporada 105 golos nas cinco principais Ligas europeias – Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália. Em ano de Europeu, esta “veia goleadora” só pode ser uma boa notícia para o seleccionador Fernando Santos.

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Bruno Fernandes é um dos jogadores portugueses que mais tem marcado lá fora MICHAEL REGAN/Reuters

Segunda-feira, 2 de Fevereiro, estádio Molineux: ao minuto 49, a mais de 25 metros da baliza, João Moutinho arma o remate e a bola só pára no fundo da baliza do Arsenal, depois de ainda tabelar no poste. O Wolverhampton dava a volta ao resultado para triunfar por 2-1 e quebrar uma série de nove jogos sem ganhar na Premier League. Foi o primeiro golo do médio português nesta temporada, o 100.º de um jogador luso nas cinco principais Ligas europeias. E depois desse já vieram mais cinco.

Jornada após jornada, vamo-nos habituando a ver futebolistas portugueses em papéis de destaque nalgumas das maiores equipas europeias. No mesmo dia em que João Moutinho marcou o golo 100 de portugueses nas Ligas de Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália, o seu companheiro de equipa Rúben Neves fez o primeiro golo dos “wolves” na conversão de uma grande penalidade e, algumas horas mais tarde, Bruno Fernandes também “facturou” da marca dos 11 metros na goleada (9-0) imposta pelo Manchester United ao Southampton.

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André Silva JOHN MACDOUGALL/Reuters

A 6 de Fevereiro, Cristiano Ronaldo “picou o ponto” pela Juventus frente à Roma (2-0) na Serie A italiana e Bruno Fernandes voltou a marcar, desta vez no empate (3-3) com o Everton. No dia seguinte, Francisco Trincão estreou-se finalmente na lista de marcadores do Barcelona, garantindo o triunfo (3-2) do Barcelona no terreno do Betis, em jogo da jornada 22 da Liga espanhola, e, na Alemanha, André Silva fez o terceiro do Eintracht Frankfurt no triunfo (3-1) em casa do Hoffenheim.

Época de sonho

Está a ser uma época de sonho para o rapaz nascido em Baguim do Monte e formado no FC Porto: em 19 jogos de campeonato, o português de 25 anos esteve em praticamente metade dos 41 golos apontados pela sua equipa – para além dos 17 remates certeiros, soma ainda três assistências. Marcou ainda por mais uma vez na Taça da Alemanha e fez também um golo pela selecção portuguesa, o que eleva o seu total na época para 19. Numa Liga alemã onde o “extraterrestre” Robert Lewandowski leva 24 golos em 19 jornadas pelo Bayern Munique, André Silva é o segundo melhor goleador, à frente do fenómeno Erling Haaland, que “só” marcou por 14 vezes para o Borussia Dortmund.

Depois de André Silva, a lista de artilheiros portugueses nas “big five” (expressão que se usa para designar as cinco maiores Ligas de futebol europeias) continua com um nome incontornável: Cristiano Ronaldo. Somando 16 golos apontados em 20 jornadas da Serie A (a Juventus tem um jogo em atraso e ele não jogou todas as partidas), lidera a lista de melhores marcadores da competição e já se terá tornado – há muitas listas, com variações nos critérios – o maior goleador da história do futebol mundial. Em 2020/21, CR7 assinou ainda mais quatro remates certeiros na Liga dos Campeões, dois na Taça de Itália, um na Supertaça e mais três pela selecção portuguesa. Total da temporada: 26. Aos 36 anos, a rotina do costume.

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Crsitiano Ronaldo MASSIMO PINCA/Reuters

Bruno Fernandes aparece em terceiro nesta lista, juntando aos 13 golos da Premier League (e 10 assistências, já agora…) outros quatro na Liga dos Campeões e um na Taça de Inglaterra, para um total de 18. O médio ofensivo português, de 26 anos, recentemente eleito o melhor reforço de Inverno da história da Premier League (chegou a Old Trafford no final de Janeiro de 2020 por 60 milhões de euros), está a confirmar no mais mediático dos palcos as qualidades que o levaram a tornar-se, em 2018/19, pelo Sporting, o médio mais concretizador de sempre no futebol europeu, com 32 golos em 53 partidas. Um recorde que, a manter-se este ritmo, continua em linha de mira.

Três jovens que se destacam

Depois deste trio, e já a alguma distância, aparecem três jovens de quem o futebol português espera muito: João Félix, 21 anos; Diogo Jota, 24; e Rafael Leão, 21. As intermitências na sua utilização – Jota só fez nove partidas na Premier League até se lesionar com gravidade; Félix, em 18 jogos na La Liga, só esteve 90 minutos em campo por duas (!) vezes; Leão esteve um mês fora por lesão entre Novembro e Dezembro – levam a crer que os seus números poderiam, nesta altura, ser ainda mais exuberantes.

João Félix fez seis golos pelo Atlético de Madrid na Liga espanhola (a que soma cinco assistências) – o total da temporada chega aos 12, com mais três remates certeiros na Liga dos Campeões e outros tantos ao serviço da selecção. Diogo Jota entrou de rompante na equipa do Liverpool e fez cinco golos na Premier League antes da lesão – está a recuperar bem e o seu total na temporada vai em 12, graças a mais quatro finalizações na Liga dos Campeões e três por Portugal. Finalmente, Rafael Leão junta aos cinco golos marcados na Serie A ao serviço do Milan (soma outras tantas assistências) mais um na Liga Europa.

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João Félix SERGIO PEREZ/Reuters

No dossier de imprensa da fase final do Europeu de sub-21, em que Portugal também estará presente, a UEFA destaca um jogador de cada país e o avançado do Milan formado no Sporting é o rosto de uma equipa portuguesa na qual o talento marca presença em doses generosas (mesmo sem contar com João Félix ou Francisco Trincão, que ainda estão nesse escalão etário, mas deram o “salto” para a selecção principal). O futuro já chegou.

Por campeonatos, a Premier League aparece na frente da lista de golos portugueses, com 38, seguida da Serie A (23), Bundesliga (20), La Liga (14) e Ligue 1 (10). No total, são 31 os portugueses que já fizeram abanar as redes contrárias nas cinco principais Ligas europeias. A conta vai em 105 golos para a “armada lusa”. Mas estes são números em constante actualização. Eles andam aí. Nos melhores palcos do mundo e com a pontaria afinada.

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