Doentes de risco a partir de 50 anos vão ter simulador para esclarecer se são vacinados na 1.ª fase

Vacinação dos idosos a partir dos 80 anos e das pessoas com doenças de risco associadas à covid-19 está a avançar devagar. Até à data, há 2380 vacinações agendadas, revelou a ministra da Saúde.

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Daniel Rocha

Os serviços de saúde já identificaram 957 mil pessoas dos 50 aos 79 anos com as quatro doenças mais graves associadas à covid-19, além dos idosos a partir dos 80 anos mesmo sem patologias, que constituem os dois novos grupos prioritários a vacinar nesta primeira fase, contabilizou a ministra da Saúde nesta segunda-feira, durante um balanço do plano de vacinação contra a covid-19, após uma reunião com o grupo de trabalho (task force) responsável pela operação.

As pessoas acima dos 50 anos com as quatro patologias de maior risco vão poder saber se estão ou não incluídas na lista dos prioritários consultando “um simulador” que será disponibilizado no “portal covid-19" no final desta semana, anunciou Marta Temido. Caso o doente não esteja incluído na lista e tenha critérios para isso, poderá “fazer a respectiva correcção”.

Até às 13h desta segunda-feira, já tinham sido vacinadas cerca de 397 mil pessoas, 292 mil das quais com a primeira dose e quase 105 mil com a segunda, especificou a governante. Esta semana prevê-se que sejam vacinadas mais 120 mil pessoas entre idosos, profissionais de saúde e pessoas com as quatro comorbilidades mais graves associadas à covid-19.

A vacinação dos dois novos grupos prioritários está a avançar devagar. Até à data, há 2380 vacinações agendadas, foram enviados 1677 SMS e 902 pessoas responderam afirmativamente, precisou Marta Temido. Quanto às pessoas que não têm médico de família, foram entretanto emitidas “4140 declarações médicas" que depois serão inseridas nos sistemas de informação. Esta semana será ainda iniciada a vacinação de profissionais de serviços não essenciais, num total de “19 mil inoculações”, acrescentou.

As listagens das pessoas a vacinar começaram na semana passada a ser comunicadas às unidades nos centros de saúde que são responsáveis pelas convocatórias e pelos agendamentos. Depois de, na semana passada, o processo ter avançado em apenas 40 unidades, a partir desta terça-feira haverá mais 59 a iniciar as convocatórias e agendamentos, a partir de agora nas cinco regiões do continente. 

A ministra explicou com mais detalhe como é efectuada a convocatória. Em primeiro lugar, é enviada uma carta ou um SMS e, caso não haja resposta, haverá um novo contacto, que, se não for bem sucedido, implicará um “contacto telefónico”.

Portugal já recebeu quase meio milhão de doses

Entretanto, continuam a chegar a Portugal milhares de doses de vacinas de várias empresas farmacêuticas que, no final da semana passada, ascendiam já a 493.050. Nesta segunda-feira chegaram 87.750 doses da vacina da BioNTech-Pfizer, estando prevista a entrega no final desta semana de 22.800 doses da vacina da Moderna, contabilizou a ministra.

No domingo, a AstraZeneca fez a primeira entrega da sua vacina, num total de 43.200 doses. Esta vacina será, por enquanto, reservada para os menores de 65 anos. “De acordo com aquilo que são as entregas” que o Governo tem confirmadas até à data, “para o primeiro trimestre está em causa um total de cerca de 1,9 milhões de doses de vacinas”, precisou Marta Temido. “Portanto, há ainda quantidades que estavam contratadas e cuja entrega está por confirmar”, frisou.

Alargar critério dos testes

O Ministério da Saúde quer alargar os critérios dos testes nos rastreios de contactos, que actualmente apenas são efectuados no caso de contactos considerados de “alto risco”, adiantou ainda a governante. 

O alargamento do “critério para realização de rastreio de contactos” está a ser estudado com a Direcção-Geral da Saúde, pretendendo-se que os testes sejam efectuados “de forma mais abrangente, independentemente do risco de contacto”, explicou a ministra. Foi, por isso, solicitada uma “avaliação técnica”.

Portugal atingiu um máximo de testes num dia de Janeiro em que foram efectuados mais de 77 mil, especificou.

Não transferir doentes para o estrangeiro

Questionada sobre a hipótese de transferir doentes com covid-19 para o estrangeiro, Marta Temido sublinhou que se vai privilegiar o tratamento dos pacientes em Portugal, em vez de os enviar para países que se mostraram disponíveis para ajudar nesta fase maiscomplicada da pandemia.

“São hipóteses que, obviamente, consideramos com a maior atenção, sendo certo que, por razões de estabilidade do próprio doente e de resposta em saúde junto do meio familiar, preferiríamos garantir o tratamento no nosso país e o mais possível junto de casa. É um esforço que continuaremos a tentar fazer”, disse a governante, a propósito das propostas de auxílio que chegaram de Espanha, do Luxemburgo e da Áustria.

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