Open da Austrália arranca no local mais seguro de Melbourne

Pedro Sousa e Frederico Silva competem no primeiro dia do torneio do Grand Slam.

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Djokovic venceu o Open da Austrália do ano passado LUSA/DAVE HUNT

Pedro Sousa vai abrir a 109.ª edição do Open da Austrália na John Cain Arena às 12 horas locais – uma da madrugada de segunda-feira em Portugal. Um ano depois de a realização da prova do Grand Slam ter causado preocupação devido à má qualidade do ar, em consequência dos incêndios que assolavam o estado de Victoria, a pandemia provocada pela covid-19 não assustou a organização, que fez tudo o que é possível e imaginável para que o evento decorresse na maior normalidade possível e conseguiu.

“Este vai ser um dos locais mais seguros para se estar em Melbourne nas próximas duas semanas. Não faríamos o torneio se não tivéssemos o apoio total do governo de Victoria, do governo federal e da comunidade. Vai haver sempre um pouco de risco e o nosso objectivo é minimizar esse risco”, afirmou Craig Tiley, disse o responsável máximo da federação australiana, obviamente aliviado pelos resultados negativos nos mais de 500 testes realizados após um empregado de hotel ter acusado positivo à covid-19.

Na John Cain Arena, o segundo mais importante court na hierarquia de Melbourne Park, Pedro Sousa (108.º ATP) vai defrontar Stan Wawrinka, 18.º no ranking e campeão aqui, em 2014 – o primeiro de três títulos do Grand Slams – e semifinalista em 2015 e 2017. O suíço de 35 anos é um dos 42 trintões presente no quadro masculino de singulares.

A John Cain Arena tem capacidade para 10.500 pessoas, mas este ano será limitada a metade, como acontece aliás com a afluência ao recinto. Mesmo assim, esperam-se cerca de 30 mil visitas diárias, divididas por três zonas estanques de Melbourne Park, cada uma com um bilhete específico e a possibilidade de aceder a um dos três courts principais. Caso essas Arenas tenham o tecto fechado, os espectadores terão que usar máscara.

Apesar da menor receita de bilheteira, a organização manteve o mesmo prémio monetário, com os jogadores de singulares a receberem entre 60 mil euros (presença na primeira ronda) e 1,7 milhões de euros (vencedores).

Devido às restrições provocadas pela pandemia, não haverá as habituais provas de pares veteranos e os juízes de linha serão substituídos pelo sistema electrónico, instalado em todos os courts onde irá haver competição. Os 380 apanha-bolas, entre os 12 e 17 anos, não terão de usar máscara, mas aconselhados a usar desinfectante.

Frederico Silva, 184.º mundial, vai igualmente entrar em competição no primeiro dia do Open, para o qual se qualificou por mérito próprio, ao passar o qualifying, realizado em Doha (Qatar), entre 10 e 13 de Janeiro.

A estreia do tenista das Caldas da Rainha em quadros principais do Grand Slam está marcada para a sessão nocturna (oito da manhã de segunda-feira), no mesmo estádio – antiga Melbourne Arena, renomeada em homenagem ao antigo primeiro-ministro do estado de Victoria, John Cain, grande impulsionador na criação do complexo tenístico de Melbourne Park.

O adversário de Silva é Nick Kyrgios, um dos heróis locais, que não tem tido muita sorte no seu Open. O australiano de 25 anos e 47.º no ranking foi quarto-finalista em 2015 – dois anos depois de vencer o Open no escalão júnior –, mas desde então só chegou por duas vezes aos “oitavos”, em 2018 e 2020. Esta semana, voltou a competir após 11 meses de ausência e depois de uma artroscopia ao joelho esquerdo, em Setembro, o que levantou dúvidas sobre o seu estado físico para o Open, onde se joga à melhor de cinco sets.

“Penso que, esta semana, fiz tudo o que podia, venci um par de encontros, passei muito tempo no court, treinei todos os dias. Acho que todos têm um ponto de interrogação sobre a actual forma física”, disse Kyrgios, um dos 13 australianos no quadro masculino, incluindo sete presentes graças a convite (wild-cards).

No primeiro dia do Open da Austrália, vão estar igualmente em acção os finalistas de 2020, Novak Djokovic e Dominic Thiem, e as antigas campeãs Naomi Osaka, Serena Williams e Angelique Kerber. Em 2020, Djokovic estabeleceu um recorde no torneio masculino ao conquistar o oitavo título do Open da Austrália – 17.º do Grand Slam –, o que lhe permitiu reconquistar a liderança do ranking, que mantém até hoje. Mas faz agora um ano que o sérvio conquistou o último grande título; Wimbledon não se realizou, foi desqualificado no Open dos EUA e dominado na final de Roland Garros, por Rafael Nadal.

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