Sporting passa na “prova dos nove” e afunda o Benfica

Os “leões” deixam o rival a nove pontos de distância na luta pelo título e voltam a ser os “capatazes” da própria casa, evitando chegar a um penoso registo de nove jogos sem vencerem o rival em Alvalade.

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A festa dos jogadores do Sporting,A festa dos jogadores do Sporting Reuters/PEDRO NUNES,Reuters/PEDRO NUNES
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Momento do jogo entre o Sporting e o Benfica LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Momento do jogo entre o Sporting e o Benfica LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
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Momento do jogo entre o Sporting e o Benfica LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

“Apanha-me… se puderes”, disse o Sporting ao Benfica, nesta segunda-feira. Os “leões” venceram o Benfica, por 1-0, no derby de Lisboa, num jogo em que foram a exame e passaram na “prova dos nove”.

Por um lado, deixaram o rival a nove pontos de distância na luta pelo título. Por outro, voltaram a ser os “capatazes” da própria casa, evitando chegar a um penoso registo de nove jogos sem vencerem o rival em Alvalade em partidas para o campeonato.

Não há como fugir: este Sporting é candidato ao título. Alguém se atreverá, neste momento, a dizer o contrário?

Em matéria de análise global foi um jogo quase sempre equilibrado e nem sempre bem jogado. Ficou a perder o espectador, mas ficou a ganhar o Sporting, que foi quem mais fez por vencer este jogo. Valeu o golo de Matheus Nunes aos 90+3’, quando poucos esperavam um desfecho diferente de um redondo 0-0.

Benfica com novidade táctica

Apesar de no Sporting não terem existido surpresas (já se contava com a ausência de Palhinha no “onze”), o Benfica surgiu com novidades nos nomes escolhidos e no sistema montado, já que jogou, pela primeira vez, com um sistema declaradamente composto por três centrais.

O jogo com o Sp. Braga na Taça da Liga mostrou um 3x5x2 a espaços, com Weigl a fazer uma linha de três e João Ferreira e Cervi projectados, mas este derby foi a estreia do Benfica num 3x4x3 claro e bem vincado – a chegada de Lucas Veríssimo deverá fazer deste sistema uma ideia para manter no futuro.

Para este jogo, a ideia tinha, em tese, uma intenção clara: forçar o “jogo de pares” frente ao 3x4x3 habitual do Sporting, procurando ter, com três atacantes, uma linha de pressão aos três centrais “leoninos” – e a primeira fase de construção do Sporting, com centrais pouco técnicos, tem mostrado, por vezes, alguma falta de fluidez. E o plano de Jorge Jesus pareceu resultar. Cervi, Rafa e Darwin “encaixaram” nos centrais do Sporting e forçaram-nos a optarem por esticar o jogo.

O problema é que esse encaixe não serve apenas para um lado. O Sporting conseguiu fazer o mesmo com os centrais “encarnados” (com Palhinha em campo talvez essa pressão alta tivesse sido ainda mais eficaz) e o jogo – interessante e intenso, mas nem sempre bem jogado – foi levado para um plano de duelos individuais difícil de contrariar.

Sem conseguirem construir, os centrais acabavam por esticar mais o jogo com bolas colocadas directamente no ataque. Foi por essa via que Pedro Gonçalves e Tiago Tomás, sobretudo eles, foram solicitados, quer entre linhas, quer em profundidade, com os “leões” a abdicarem de fazer passar o jogo por João Mário, Porro e Nuno Mendes.

Três dos melhores lances do Sporting vieram destes movimentos. Tiago Tomás isolou-se aos 23’ (havia fora-de-jogo) e Pedro Gonçalves explorou essa via duas vezes: rematou torto aos 31’ e serviu Porro aos 35’ para um remate do espanhol interceptado por Grimaldo.

Apesar de ter sabido condicionar quase sempre a construção “leonina” – ainda que tenha tido dificuldades para lidar com Pedro Gonçalves e Tiago Tomás –, o Benfica não corrigiu um dos problemas mais visíveis da equipa: defender cruzamentos ao segundo poste.

Os “encarnados” sofreram dois golos assim do Sp. Braga na Taça da Liga e um do Nacional no campeonato. Em Alvalade, poderiam ter repetido a dose: aos 40’, um canto foi desviado por Tiago Tomás ao primeiro poste e Neto, ao segundo, sem oposição competente, cabeceou para fora.

Foi o grande lance de perigo da primeira parte, “patrocinado” pela habitual incapacidade do Benfica em jogadas deste tipo. E foi neste encaixe táctico que se passou uma primeira parte intensa, mas jogada quase “sem balizas”.

Má segunda parte

Após o intervalo, o jogo recomeçou como tinha terminado: com lances por via da profundidade. Darwin foi solicitado nas costas da defesa “leonina” e rematou para defesa de Adán, pouco antes de Tiago Tomás se libertar do lado contrário e servir Pedro Gonçalves para um remate interceptado por Weigl.

Tal como na primeira parte, o jogo foi levado para o plano das transições e, também como nos primeiros 45 minutos, as equipas tiveram pouca presença ofensiva para capitalizarem essas saídas.

Depois de vários minutos de luta e jogadas mal definidas, o Sporting criou perigo, claro está, em lances tudo menos convencionais: aos 74’, um ressalto entre Pedro Gonçalves e Gilberto obrigou Vlachodimos a uma defesa difícil e, aos 79’, um mau corte da defesa “encarnada” entregou a bola a Palhinha, que rematou para fora.

A segunda parte esteve longe de ser interessante e, com a entrada de João Palhinha a meia hora do final, menos interessante ficou. O médio ajudou a “estancar” a partida e dar tranquilidade ao Sporting, que não só se desposicionou menos como teve menos risco na posse.

Quando tudo se encaminhava para um empate, Porro fez um cruzamento que Vlachodimos defendeu mal e Matheus Nunes, na recarga, empurrou para a baliza. Aos 90+3’, chegou a justiça perante o que se passou em campo.

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