O número de casos de covid-19 em Portugal está a descer desde quarta-feira, quando atingiu o seu máximo desde o início da pandemia. Nesse dia foram registados 16.432 novos casos, valor que diminuiu na quinta-feira para 13.200 e, esta sexta-feira, para 12.435 novos casos de infecção pelo novo coronavírus.

Por outro lado, o número diário de mortes voltou a subir depois de ser contabilizada uma ligeira descida nos últimos dias. Esta sexta-feira foram registadas 293 mortes, um número que fica próximo das 303 vítimas mortais registadas na quarta-feira e que representam o maior aumento diário de óbitos desde o início da pandemia. Portugal registou, só este mês, 5 mil mortes por causa da covid-19.

No total, desde Março, há 711.018 casos confirmados e 12.179 vítimas mortais da pandemia de covid-19. 

O investigador Baltazar Nunes afirmou, esta sexta-feira, que há um “claro desaceleramento” da epidemia de covid-19 nas últimas semanas em Portugal, com o valor do risco de transmissibilidade estimado em 1.10.

Em resposta aos deputados sobre a situação epidémica em Portugal, o coordenador da Unidade de Investigação Epidemiológica do INSA afirmou que o risco de transmissibilidade é mais elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.13, e o valor mais baixo é na Região Autónoma dos Açores, com 0,8, abaixo de 1, ou seja, em fase decrescente.

Questionado sobre o que pode acontecer daqui para a frente, o especialista afirmou que “tudo indica que, a continuar este decréscimo da transmissibilidade”, que se possa inverter esta fase de crescimento nas próximas semanas. Contudo, alertou, isso depende inteiramente das medidas implementadas, mas mais do que isso, da sua efectividade, do seu grau de implementação e da adopção da população das medidas que estão neste momento em vigor.

Menos doentes nas enfermarias, mas mais nos cuidados intensivos

Olhando para o indicador das hospitalizações há boas e más notícias: há menos 83 doentes internados em enfermaria (num total de 6544), mas mais 37 em unidades de cuidados intensivos (num total de 843).

Esta sexta-feira foram registados mais casos recuperados do que novos casos de infecção: 14.014 pessoas recuperam em 24 horas, num total de 518.900 desde o início da pandemia. Feitas as contas, há menos 1872 casos activos, o que significa que 179.939 ainda lidam com a doença. Existem ainda 225.365 a serem acompanhadas pelas autoridades de saúde, menos 142 do que na quinta-feira.

Grande parte das vítimas mortais tinha mais de 80 anos (203 mortes) e entre os 70 e os 79 anos (47 óbitos). Foram ainda registadas 30 mortes em pessoas entre os 60 e os 69 anos e nove entre os 50 e os 59 anos. Morreram ainda três pessoas entre os 40 e os 49 anos e uma entre os 30 e os 39.

Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 6338 são homens e 5841 são mulheres. Das 12.179 pessoas que morreram até à data com covid-19 em Portugal, 8199 tinham acima de 80 anos, o que corresponde a cerca de 67%.

A maior parcela de novos casos e mortes foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (5961 novas infecções e 136 mortes) e na região Norte (3155 novos casos e 65 óbitos). O Norte continua a ser a região com o maior número de casos acumulados: 303.581 e 4453 mortes — e é a zona do país com mais casos. Lisboa e Vale do Tejo é a segunda: são 257.203 os registos de infecção e 4682 mortes por covid-19 — e é a região do país com mais vítimas mortais.

Já o Centro tem 101.150 infecções (2499 novos) e 2124 mortes (mais 63). O Alentejo totaliza 24.659 casos (436 novos) e 651 mortes (mais 17). No Algarve, há 17.005 casos de infecção (mais 268) e 205 óbitos (mais nove). A Madeira registou 3954 casos de infecção (91 novos) e 40 mortes desde o início da pandemia (mais três). Já os Açores registam 3466 casos (mais 25) e 24 mortes.