Maioria dos portugueses concorda com encerramento das escolas por causa da covid-19

A maioria dos portugueses concorda com um segundo confinamento nos moldes do primeiro, na Primavera passada, quando foi declarada a pandemia do novo coronavírus: 47% concorda com a obrigatoriedade do regresso a casa para conter as infecções e a escalada das mortes — que nesta terça-feira atingiram um novo máximo, 218.

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Escola Basica (3 ciclo) e Secundaria Josefa de Obidos, a funcionar com regras da pandemia Daniel Rocha/PÚBLICO

Os portugueses estarão de acordo com a ideia de encerrar as escolas para ajudar a conter a explosão de casos – e mortes – de covid-19? De acordo com um inquérito Universidade Católica/PÚBLICO/RTP, feito entre 11 e 14 de Janeiro, 54% dos portugueses veriam com bons olhos o encerramento das escolas.

 Ainda assim, 38% dos inquiridos – uma amostra de 2001 indivíduos, 46% dos quais mulheres, foram sondados através de telemóvel (seleccionados de forma aleatória) – discorda da ideia de encerrar as escolas. Há um núcleo de 13% que se opõe firmemente a essa ideia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que na próxima semana, após as eleições, o encerramento das escolas poderá vir a ser reconsiderado. Mas, por ora, as escolas continuam abertas – apesar de estes ser um dos temas que mais polémica tem gerado.

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Pesam-se os problemas que reconhecidamente traz para as crianças, para a sua educação, saúde mental e sociabilidade, numa balança em que do outro lado está o muito que ainda se desconhece sobre o peso das crianças na dispersão dos contágios. E tudo é embrulhado no facto de que, enquanto as escolas estiverem abertas, haverá mais pessoas a circular, nas ruas, nos transportes, por todo o lado nas cidades e vilas.

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O adiamento das eleições presidenciais é algo que faz com que a opinião dos portugueses se divida de forma quase perfeita. O adiamento teria o apoio de 28% dos portugueses, e a oposição de 27%.

Além disso, qualquer uma das decisões teria o apoio ou a oposição enérgica de 19% dos cidadãos – e 7% incluiu-se na categoria do “não sabe/não responde”, revela este inquérito, que analisou as atitudes dos cidadãos perante o confinamento.

A maioria dos portugueses concorda com um segundo confinamento nos moldes do primeiro, na Primavera passada, quando foi declarada a pandemia do novo coronavírus: 47% concorda com a obrigatoriedade do regresso a casa para conter as infecções e a escalada das mortes - que nesta terça-feira atingiram um novo máximo, 218.

Apesar da falta de entusiasmo no cumprimento das medidas decretadas pelo Governo, que levaram ao anúncio do seu agravamento, com impacto sobre também sobre a eleições presidenciais, o inquérito mostra que apenas uma minoria da população (19%) não concorda com as restrições, com 5% a recusarem-nas de forma determinada.

Uma leitura que poderá ser interessante fazer em conjunto com esta é considerar a idade juntamente com o apoio à instituição de um confinamento como o da Primavera passada (com as escolas e o comércio considerado não essencial fechado): a concordância vai-se tornando maior à medida que a idade vai avançando. Mesmo assim, o ponto de partida é alto: no grupo etário 18-24 anos, 74% das pessoas concorda com este tipo de confinamento, e é mais alto entre os maiores de 65 anos, com 83% de apoio.

É nos escalões etários mais jovens, dos 18 aos 34 anos, que mais pessoas se opõem a um confinamento mais radical: 24% de respostas contra. Dos 35 aos 44 a oposição desce para 22%, dos 45 aos 54 para 20% e dos 55 aos 65 para 15% e nos mais de 65% reduz-se a 10%.

A margem de erro máxima deste estudo é de 2,2%, com um nível de confiança de 95%.

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