Benavides e Peterhansel, um estreante e um veterano no topo do Dakar

Chegou ao fim a edição de 2021 da mítica prova de todo-o-terreno. Joaquim Rodrigues foi o melhor português, em 11.º.

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Reuters/HAMAD I MOHAMMED

Não houve surpresas na derradeira etapa do rali Dakar 2021. Kevin Benavides (Honda), nas motos, e Stéphane Peterhansel (Mini), nos automóveis, terminaram a corrida na mesma posição em que arrancaram para o último dia e conquistaram a mítica prova de todo-o-terreno, na Arábia Saudita. Foi uma estreia para o argentino e uma acção de rotina para o francês.

O segundo lugar em que Kevin Benavides concluiu a 12.ª etapa, que contabilizou 225 quilómetros cronometrados e terminou em Jeddah, foi mais do que suficiente para assegurar o triunfo à equipa em que trabalha o português Rúben Faria. A tirada foi ganha pelo norte-americano Ricky Brabec (Honda), que terminou a prova no segundo lugar, a 4m56s do vencedor, e ofereceu à Honda a primeira “dobradinha” desde 1987.

Benavides, de 32 anos, tinha até agora o segundo posto alcançado em 2018 como melhor resultado, mas desta feita conseguiu bater toda a concorrência, com o britânico Sam Sunderland (KTM) a fechar o pódio, a 15m57s.

“Foi de loucos. Comecei em terceiro e após 50km está à frente da etapa de abertura. Sinto que foi tudo complicado, porque o Ricky conseguia alcançar-me. Tentei acelerar, todo o dia, e manter-me concentrado. Dei 110%, mas agora é realidade: ganhei o Dakar”, comentou um “felicíssimo” Benavides.

Entre os pilotos portugueses, Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) foi o melhor o que mais se destacou, terminando a corrida na 11.ª posição, apesar de uma penalização de 32 minutos, concluindo o percurso a 3h04m24s do vencedor.

O luso-germânico Sebastian Bühler (Hero) terminou na 14.ª posição (a 4h00m03s) e o estreante Rui Gonçalves (Sherco), antigo vice-campeão mundial de motocrosse da classe MX2, foi o 19.º (a 6h32m21s).

A “pressão” sobre Peterhansel

Se, para Benavides, esta é uma sensação nova, para o francês Stéphane Peterhansel é apenas mais um dia no escritório. Foi a 14.ª vitória na carreira do experiente piloto, que ganhara as edições de 1991, 1992, 1993, 1995, 1997 e 1998 em motas, e as de 2004, 2005, 2007, 2012, 2013, 2016 e 2017 nos automóveis.

No total, Peterhansel precisou de 44h27m11s para concluir a corrida, que começou no dia 2 de Janeiro, batendo o qatari Al-Attyiah (que ganhou seis etapas) por 13m51s. Carlos Sainz (Mini) conquistou a última etapa e reduziu ligeiramente as distâncias, concluindo a prova em terceiro lugar, mas já a 1h00m57s.

“É a mesma sensação de outros anos. Como já disse, ganhar o Dakar é sempre muito complicado. Não há vitórias fáceis no Dakar. Do exterior, esta até pode ter parecido fácil, mas não foi fácil lidar diariamente com a vantagem curta sobre o Nasser. Houve muita pressão”, resumiu Peterhansel, que contou nesta edição com um novo copiloto.

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