Guatemala, Quirguízia, EUA. Os parlamentos alvo de ataques recentes pelo mundo

Durante o cerco e a invasão do Capitólio, em Washington, pelo menos quatro pessoas morreram.

Fotogaleria

Os parlamentos de vários países foram recentemente alvo da ira popular antes da invasão que ocorreu na quarta-feira no Capitólio, em Washington, por apoiantes do Presidente em exercício dos Estados Unidos, Donald Trump.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os parlamentos de vários países foram recentemente alvo da ira popular antes da invasão que ocorreu na quarta-feira no Capitólio, em Washington, por apoiantes do Presidente em exercício dos Estados Unidos, Donald Trump.

Cenas de caos e violência ocorreram na quarta-feira em Washington, incluindo a invasão do edifício do Congresso por apoiantes de Trump que se recusam a reconhecer a vitória do candidato democrata, Joe Biden, na eleição presidencial de 3 de Novembro.

Durante o cerco e a invasão do Capitólio, pelo menos quatro pessoas morreram, 14 polícias ficaram feridos, dois deles em estado grave, e foram efectuadas mais de meia centena de detenções, de acordo com a polícia local.

Outros países que integram a lista de ataques a parlamentos:

Guatemala – Em 21 de Novembro de 2020, centenas de guatemaltecos incendiaram o Parlamento para protestar contra o Orçamento de 2021 e exigiram a renúncia do Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei.

Arménia – Na noite de 9 para 10 de Novembro, manifestantes insatisfeitos com a assinatura de um cessar-fogo marcando a derrota da Arménia em Nagorno Karabakh invadiram a sede do Governo e do Parlamento, que saquearam parcialmente.

Quirguízia – A 6 de Outubro de 2020, manifestantes antigovernamentais invadiram o edifício que abriga o Parlamento e a administração presidencial, para contestar os resultados das eleições parlamentares. Os manifestantes libertaram da prisão vários políticos, incluindo o líder nacionalista e populista Sadyr Japarov, agora favorito na eleição presidencial marcada para domingo.

Alemanha – A 29 de Agosto de 2020, várias centenas de manifestantes contra o uso obrigatório de máscaras sanitárias no âmbito das medidas de contenção da covid-19 tentaram entrar à força no prédio do Reichstag, sede do Parlamento alemão, deficientemente bloqueado pelas forças de segurança. As imagens criaram uma onda de choque na Alemanha, país cujo Parlamento foi incendiado em 1933 pelos nazis.

Líbano – A 8 de Agosto de 2020, quatro dias após uma explosão que devastou Beirute, milhares de manifestantes furiosos invadiram brevemente vários ministérios. Grupos de manifestantes tentaram derrubar as barreiras de segurança que protegiam o Parlamento e houve contendas entre a polícia e os manifestantes.

Mali – A 10 de Julho de 2020 no Mali, abalado por vários meses de manifestações antigovernamentais, os protestos contra o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, em Bamaco, provocaram pelo menos um morto, 20 feridos e ataques a edifícios públicos, incluindo a Assembleia Nacional. Ibrahim Boubacar Keita seria derrubado por um golpe militar em 18 de Agosto.

Sérvia – Em Julho de 2020, a Sérvia viveu vários dias de protestos violentos após o anúncio de novo recolher obrigatório devido às medidas de combate ao novo coronavírus. Em várias ocasiões, um grupo de manifestantes entrou à força no Parlamento.

Hong Kong – A 1 de Julho de 2019, manifestantes anti-Pequim ocuparam e saquearam o Parlamento de Hong Kong durante várias horas, no aniversário da transferência da ilha para a China em 1997. Esse ataque rompeu com o carácter até então pacífico de protestos de várias semanas desencadeados por um projecto de lei que permitia a extradição para a China continental.