Nasser Al-Attyiah vence pela terceira vez mas Peterhansel segue líder no Dakar

Nas motos, há um novo líder da classificação geral.

Foto
A etapa desta quarta-feira do Dakar não trouxe alterações nos automóveis LUSA/Frederic Le Floch HANDOUT via ASO

O piloto qatari Nasser Al-Attyiah (Toyota) venceu nesta quarta-feira, pela terceira vez consecutiva, uma etapa na categoria dos automóveis na 43.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, mas o francês Stephane Peterhansel (Mini) segurou a liderança.

Al-Attyiah gastou 2h35m59s para cumprir os 337km da especial cronometrada desta quarta-feira, de uma etapa com um total de 813km, a mais longa da prova, vencendo a terceira etapa consecutiva, que juntou à vitória no prólogo, tendo falhado, apenas, a vitória na primeira etapa (ganhou o espanhol Carlos Sainz).

O francês Stephane Peterhansel (Mini) segurou o comando da prova, ao ceder apenas 11 segundos para o piloto do Qatar, terminando a etapa na segunda posição.

Em terceiro ficou o estreante sul-africano Henk Lategan (Toyota), a 1m30s do vencedor.

O francês Sebastien Loeb (BRK) e o espanhol Carlos Sainz (Mini) foram quarto e quinto, respectivamente, a 2m36s e a 2m56s.

O português Ricardo Porém (Borgward) terminou na 39.ª posição, já a 34m17s do vencedor.

Com um terço da prova disputada, Peterhansel lidera com 4m58s de vantagem sobre Nasser Al-Attyiah e 36m19s sobre Carlos Sainz, com Sebastien Loeb em quarto, mas já a 48m44s.

O lituano Benediktas Vanagas (Toyota), navegado pelo português Filipe Palmeiro, é 20.º classificado, com Ricardo Porém em 32.º, a 3h12m09s do líder.

Novo líder nas motos

Nas motos, o espanhol Joan Barreda (Honda) venceu a quarta etapa, mas o novo líder é o francês Xavier de Soultrait (Husqvarna).

Barreda concluiu os 337km da especial desta quarta tirada, de um total de 813, com o tempo de 2h46m50s e com 5m57s de vantagem sobre o piloto do Botswana, Ross Branch (Yamaha), que foi segundo. O australiano Daniel Sanders (KTM) foi o terceiro, a 6m09s.

Esta foi a segunda vitória do piloto espanhol na actual edição da prova, ele que integra a Honda oficial, dirigida pelo português Rúben Faria.

O português Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) conseguiu o melhor resultado para as cores lusas ao concluir a tirada na sexta posição, a 7m21s do vencedor.

O luso-germânico Sebastian Bühler (Hero) foi 24.º, a 17m19s do vencedor e duas posições atrás do australiano Toby Price (KTM), que tem alternado as vitórias nas etapas com Barreda.

Rui Gonçalves (Sherco) teve problemas no início da especial e perdeu mais de 40 minutos para o vencedor.

Na geral, Barreda, que foi o 30.º a partir para esta que era a etapa mais longa em quilometragem, está no segundo lugar, a apenas 15 segundos de Xavier de Soultrait, piloto de 32 anos, membro da nobreza francesa, que conta com o sétimo lugar de 2019 como melhor resultado na prova.

O argentino Kevin Benavides (Honda) é terceiro, a 3m24s.

Joaquim Rodrigues Jr. é o melhor português, agora na 16.ª posição, a 19m36s do líder, enquanto Bühler é 24.º e Rui Gonçalves 28.º.

Alexandre Azinhais, o outro português que alinhou à partida da competição das motas, desistiu ao quilómetro 22 da tirada desta quarta-feira com o motor da sua KTM partido.

Polémica com o combustível

Nos últimos dias, tem levantado celeuma dentro do acampamento um problema com o combustível fornecido pela organização, na segunda etapa.

A equipa da Yamaha acusou mesmo a organização da prova de ser a responsável pelo abandono do motociclista norte-americano Andrew Short, no decurso da segunda etapa, ao abastecer a moto do piloto com gasolina contaminada com água.

O antigo piloto de motocrosse e supercrosse, de 38 anos, desistiu quando a sua moto sofreu uma avaria após o posto de reabastecimento, situado ao quilómetro 267 da especial de segunda-feira.

Short foi o primeiro a dirigir-se ao abastecimento disponibilizado pela organização, mas outros pilotos sofreram do problema, que pode provocar avarias graves, como a rotura do motor.

Em comunicado, a Yamaha explicou que encontrou mais de dois litros de água nos depósitos da moto do seu piloto, num dia em que também o australiano Toby Price (KTM) se debateu com problemas com o combustível, ainda que menos graves.

Ainda assim, suficientes para lhe custarem a perda de 32 minutos para o vencedor da etapa, o espanhol Joan Barreda (Honda).

Também o austríaco Mathias Walkner (KTM), outro dos favoritos, viu o sonho de repetir a vitória de 2018 ficar longe, ao ceder mais de duas horas com uma avaria.

Rui Carneiro (MMP) foi oitavo entre os veículos ligeiros, mas está já muito atrasado, em 42.º, a 6h38m45s do líder, o chileno López Contardo (Can-Am), enquanto Lourenço Rosa (Can-Am) foi 40.º, a 38m17s e está em 19.º da geral, a 1h56m19s.

A quinta etapa, entre Riade e Al Qaisumah, disputa-se esta quinta-feira, com um total de 662km, 456 deles cronometrados, com uma secção de dunas e muitas pedras a ameaçar furar os pneus e baralhar as contas da classificação.

Sugerir correcção
Comentar