Parceria fez Aguiar da Beira ficar sem termas em que gastou mais de três milhões de euros

Um município com cinco mil habitantes investiu durante décadas para recuperar as suas velhas termas. Mas em troca da promessa de um grande hotel e de um spa, entregou-as, juntamente com 417 hectares de terra, ao principal empreiteiro que trabalha para a câmara. E comprometeu-se a contribuir com mais 1,7 milhões de euros. As termas fecharam e no lugar do hotel está um enorme elefante-branco inacabado.

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Durante décadas, o concelho de Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, teve nas Caldas da Cavaca a sua principal atracção. No fundo de um vale frondoso, rodeadas por jardins, cascatas, pensões e até uma capela erguida no cimo de uma imponente escadaria, as termas acolhiam milhares de pessoas por ano. Em 1993, uma década depois de adquirir os 417 hectares da Quinta do Banho e terrenos anexos, a câmara local criou uma empresa cujo capital detinha quase a 100%, para explorar e requalificar o espaço. Passados dois anos, as termas fechavam para obras, reabrindo apenas em 2008, ao mesmo tempo que se iniciava um atribulado processo de transferência do complexo para mãos privadas, em que não faltam ilegalidades e indícios de favorecimento, à custa de vultuosos investimentos públicos.

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