FC Porto aproxima-se da frente pelo caminho mais tortuoso

Sérgio Conceição viu uma vitória aparentemente fácil transformar-se num exercício de pura tortura, com os visitantes a marcarem sempre que apareciam na área de Marchesín.

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JOSE COELHO/LUSA

O FC Porto aproveitou o deslize do Sporting para se colocar a quatro pontos do líder da Liga, mas não sem evitar, nesta 9.ª jornada, um caminho tortuoso para um triunfo sofrido sobre o Tondela, no Estádio do Dragão, por 4-3.

Perante a possibilidade real de encurtar distâncias para a liderança do campeonato, o FC Porto apostou na dupla de ataque Taremi/Marega, deixando Corona no banco. Pako Ayestarán não teve problemas em abrir o jogo e mostrar a Sérgio Conceição, durante o aquecimento, que podia contar com um bloco de cinco defesas e uma segunda linha de três médios do lado dos beirões.

Uma muralha que os “dragões” derrubaram com um simples sopro de Zaidu, autor do golo inaugural (4’), após  gentileza de Otávio, a desminar o caminho com pés de fada. O rombo era visível e o Tondela só não ruiu por completo porque, no minuto seguinte, Marega arruinou a jogada de Taremi, falhando um segundo golo praticamente feito.

O Tondela, que ainda resistiu a nova “bicada” de Taremi, vislumbrou um raio de luz e, no primeiro remate, após transição rápida de Mario González, igualou a partida (20’). Sérgio Oliveira perdeu a bola no cerco à área tondelense, Malang Sarr foi atraído e deixou o avançado espanhol sem marcação. Quatro jogos depois, Marchesín voltava a sofrer um golo. 

Otávio e Uribe retaliaram, mas era o Tondela quem dava lições de eficácia, com Rafael Barbosa a marcar na segunda investida dos homens de Ayestarán, desta feita com Marchesín a deixar a bola escapar em cima da linha. Em cerca de meia hora, o Tondela marcava  o dobro dos golos conseguidos no Dragão em todas as cinco anteriores visitas. Faltava saber se tão generosa safra resultaria numa vitória, como a de 2015-16.

Ferido no orgulho, o FC Porto iria dissipar todas as dúvidas, com Marega a redimir-se do falhanço de baliza aberta logo aos 36’. O maliano impediu que o campeão nacional recolhesse às cabinas a perder e completou a tarefa com novo golo a abrir a segunda parte.

Ainda perfeitamente em jogo, o Tondela não alterou uma vírgula em relação à estratégia inicial,  mantendo o dispositivo defensivo na expectativa de obter um novo golo, capaz de deixar em franja os nervos portistas. Uma esperança que os campeões nacionais iriam reduzir praticamente a cinzas ao ampliarem a vantagem, desta feita por Taremi, a concluir um infiltração venenosa de Uribe, que beneficiou da total lassidão adversária para colocar a bola no iraniano.

O jogo parecia, assim, bem encaminhado para o FC Porto, com Sérgio Conceição a gerir o desgaste, reservando Corona para uma emergência. Só que, mais uma vez, no intervalo de um “bombardeamento” inóquo, o Tondela desceu à área de Marchesín para marcar o terceiro da noite — números impressionantes para quem, até então, somava seis golos em oito jornadas.

Mas a tortura ainda não tinha terminado, com o FC Porto a viver numa permanente e desesperante incerteza até final, altura em que os deuses abandonaram o Tondela, negando o empate a Naoufel Khacef, que detonou a barra de Marchesín aos 90+5’. Sérgio Conceição preferiria um triunfo por 1-0, mas, bem vistas as coisas, e dadas as circunstâncias, até nem foi mau o 4-3 final.

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