Longe das velhas rotinas, adeptos começam a regressar aos estádios ingleses

Nos escalões abaixo da Premier League há vários clubes a acolherem, já na quarta-feira, um máximo de 2000 espectadores. Com medidas rigorosas e a renovação de um apelo à responsabilidade.

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O Estádio do Lutton Town vai receber 1000 sócios DR

É já na quarta-feira que os adeptos vão voltar aos estádios da Football League, que representa todo o edifício do futebol inglês abaixo da Premier League. São vários os clubes que vão abrir as portas a um número limitado de espectadores, ainda que a experiência em dia de jogo fique muito distante do que era.

Sentidos únicos de circulação, medição de temperatura, horas precisas de entrada e serviços mínimos de apoio fazem parte desta nova realidade, que prevê também que os festejos dos golos sejam francamente contidos.

O Luton Town (recebe o Norwich) e o Wycombe Wanderers (defronta o Stoke City), equipas do Championship (segundo escalão), vão apadrinhar o regresso dos adeptos aos estádios depois do confinamento.

Com excepção de alguns jogos-piloto, em partidas realizadas em Setembro, que permitiram a entrada de 1000 espectadores, os estádios ingleses têm estado em silêncio desde que a pandemia acelerou na Europa, em Março.

Tanto o Luton Town como o Wycombe Wanderers estão localizados em regiões da zona 2 do país, que, de acordo com as directrizes governamentais, poderão acolher até 2000 adeptos em eventos desportivos realizados ao ar livre.

Apesar de este ser um passo rumo à normalidade, as velhas rotinas de marcar encontros com amigos no café, antes de se deslocarem, em conjunto, para o estádio, vão continuar distantes.

“Como tudo nas nossas vidas durante este ano de 2020, todos os nossos adeptos têm de perceber que a experiência de dia de jogo será muito diferente do que era antes da covid-19”, anunciou o Luton, que seleccionou 1000 “embaixadores” a partir do grupo de sócios com um mínimo de 10 anos de ligação ao clube.

Os lugares vão ser atribuídos por forma a assegurar o distanciamento social, ficando também os adeptos sujeitos a um questionário de saúde, à medição de temperatura e ao escrupuloso cumprimento dos horários de entrada. O uso de máscara é obrigatório e, no final do encontro, a saída do estádio será feita por filas de cadeiras, à vez.

"Um chocolate quente” de cortesia

O mesmo limite de pessoas vai ser adoptado pelo Wycombe, a título experimental, com a expectativa de poder duplicar esse número no próximo encontro em casa. De resto, as medidas preventivas são em tudo idênticas às implementadas pelo Luton.

“Evitem abraços, apertos de mão ou qualquer tipo de contacto próximo com pessoas que não estejam fora da vossa bolha social, tomem cuidado quando cantarem ou celebrarem”, pode ler-se numa espécie de código de conduta dirigido aos fãs, no site do Wycombe. Outro dos pedidos passa por não tocar na bola se ela for parar à bancada.

Entre outros exemplos que se podem encontrar nas divisões inferiores, destaca-se a hospitalidade do Charlton Athletic (League One), que receberá dois milhares de espectadores no jogo com o MK Dons: embora não haja serviço de catering disponível, “um chocolate quente” será oferecido como gesto de boas-vindas.

Nos estádios do Shrewsbury Town, do Carlisle United  (League Two) e do Cambridge United o limite de espectadores também atingirá a barreira máxima permitida: 2000.

No topo da hierarquia, ou seja, entre os clubes da Premier League, será o Arsenal a fazer “as honras da casa”. Os gunners tornar-se-ão no primeiro clube da principal divisão inglesa a receber público no estádio desde Março, quando defrontarem o Rapid Viena na quinta-feira, em jogo da 5.ª jornada da Liga Europa.

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