Benfica regressa às vitórias com domínio, mas sem controlo

“Encarnados” impuseram-se ao Marítimo por 1-2, num jogo com mais um erro individual na defesa, e recolocaram-se a quatro pontos da liderança da Liga.

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LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
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Há uma narrativa que tem perseguido o Benfica nas últimas semanas, a de uma equipa inferior à soma das suas partes, a de uma equipa que gosta de dar um passo em frente quando está à beira do abismo e que só reage quando as coisas parecem perdidas. Nesta segunda-feira, nos Barreiros, a equipa de Jorge Jesus conseguiu mudar parte dessa narrativa, triunfando por 1-2 sobre o Marítimo, no jogo que fechou a 8.ª jornada da Liga portuguesa. Foi um triunfo de reviravolta que reaproximou o Benfica da liderança (a quatro pontos do Sporting) e que deixou a formação insular no penúltimo lugar. Mas as fragilidades defensivas voltaram a manifestar-se e esta não foi uma vitória de uma equipa tranquila — mesmo depois de já estar a ganhar. 

O que o Benfica começou por mostrar na Madeira esteve muito próximo do seu melhor esta época. Foi dinâmico, criativo e teve vontade de resolver as coisas cedo, com alguma tendência para canalizar tudo pelo lado esquerdo, o corredor onde estavam Everton e Grimaldo. Era por ali que parecia mais fácil entrar e era por ali que os “encarnados” tentavam quebrar a muralha do Marítimo, densa, mas desigual na sua resistência. E nos primeiros minutos, foram várias as aproximações, como um remate de Pizzi após canto que foi interceptado por Joel Tagueu, ou um remate de Everton de fora da área, aos 11’, que raspou na trave.

Vindo praticamente do nada, o Marítimo colocou-se em vantagem aos 14’. Numa bola despejada por um jogador maritimista, a jogada parecia ter morrido nos pés de Nicolás Otamendi. O argentino podia ter feito várias coisas — deixar a bola sair, atirar para fora ou passar ao guarda-redes. Optou pela última, mas o seu passe para Vlachodimos foi tão mau que Rodrigo Pinho, o excelente avançado dos insulares, ficou com a bola e fez um chapéu perfeito ao guardião dos “encarnados”.

A tão propalada fragilidade do Benfica ficava à vista, alavancada pela tendência para o disparate do central argentino — este foi apenas mais um para Otamendi. E de um bom período inicial, o Benfica desfez-se numa poça de inseguranças, facilitando em muito o trabalho da equipa de Lito Vidigal, já com o seu golo feito de sentido de oportunidade e com 11 jogadores dispostos a guardá-lo. 

Num terreno que ia ficando cada vez mais pesado por causa da chuva que caía no Funchal, os “encarnados” passaram um mau bocado, mostrando tudo o que tinham evidenciado num passado recente. Foi do lado esquerdo que veio a salvação dos “encarnados”, uma boa combinação entre Everton e Grimaldo, que acabou com o lateral espanhol a deixar para Pizzi — no coração da área, o médio não falhou, marcando o seu sexto golo na temporada.

Mas os homens de Jesus continuavam intranquilos no jogo e o treinador passava essa mensagem para o campo. E a equipa de Lito Vidigal esteve perto de recuperar a vantagem aos 44’, num ataque rápido de Joel, que fez um cruzamento para a entrada de Pinho — o avançado brasileiro cabeceou ao lado.

O Benfica voltou a entrar forte na segunda parte e, aos 51’, colheu os frutos. Na cobrança rápida de uma falta (que pareceu ter sido marcada ao contrário), Waldschmidt conduziu a bola, deixou-a em Seferovic e o suíço distribuiu para a entrada de Everton, que alvejou com sucesso a baliza de Charles. 

Estava consumada a reviravolta e o Benfica iria sair dos Barreiros com a vitória (depois dos desaires no campeonato com Boavista e Sp. Braga), porque foi a melhor equipa e a única que trabalhou para ganhar — o Marítimo só quis aproveitar o erro e não tentou criar a sua própria sorte para poder regressar às vitórias, algo que não consegue desde a vitória no Dragão. Sem nunca terem perdido o domínio do jogo, os “encarnados” nunca o conseguiram controlar.

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