Alta pressão para o FC Porto, sossego para o Sporting

FC Porto, às 18h, e Sporting, às 20h30, regressam neste sábado à I Liga, três semanas depois. Conceição queixou-se do calendário, Amorim da indefinição no adversário.

Santa Clara e FC Porto em duelo em Março
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Santa Clara e FC Porto em duelo em Março LUSA/EDUARDO COSTA
Sporting e Moreirense jogaram em Alvalade em Dezembro de 2019
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Sporting e Moreirense jogaram em Alvalade em Dezembro de 2019 LUSA/RODRIGO ANTUNES

Este sábado de I Liga, regressada três semanas depois, traz uma pressão incomum na luta pelo título. Não é habitual haver algum candidato com a corda na garganta à oitava jornada, mas é isso que se passa com o FC Porto.

Perdendo pontos – sobretudo se o Sporting ganhar –, complica bastante as contas, podendo terminar a ronda a nove pontos da liderança.

Minutos depois jogará o Sporting, já sabendo o que fizeram os “dragões”. Para a equipa de Rúben Amorim este será um sábado tranquilo. Ganhando, cimenta a posição que tem no topo da Liga. Perdendo, continuará a ser líder – com menos vantagem, porventura, mas ainda líder.

Sem descanso e com pressão

O primeiro a entrar em campo é o FC Porto (18h), numa viagem aos Açores. Frente ao Santa Clara, equipa que ocupa um sólido oitavo lugar, a apenas três pontos do FC Porto, a equipa de Sérgio Conceição pode agarrar-se a uma tendência: o Santa Clara é a segunda equipa com pior percentagem de acerto no passe (só o Marítimo tem valores abaixo), algo que pode ser música para os ouvidos de um FC Porto tantas vezes matreiro na recuperação de bola em zonas adiantadas – o jogo frente ao Olympiacos, na Champions, é um bom exemplo.

Contra si o FC Porto terá o factor físico. O Santa Clara surge fresco e descansado, enquanto os “dragões” vêm de um jogo europeu que pouco repouso permitiu. Sérgio Conceição reconheceu que este jogo “é uma final”, sem margem para perder pontos, uma ideia também abordada por Daniel Ramos, técnico do Santa Clara. 

“Temos a noção de que é um jogo que traz um grau de dificuldade bastante elevado e percebemos também que, da parte do FC Porto, continuar a perder pontos fica incómodo para [depois] recuperarem”, afirmou.

Já Conceição aproveitou para deixar uma crítica ao agendamento desta partida nos Açores. “Chegámos [de França] na quinta-feira às 4h30 da manhã e vamos jogar com menos de 72 horas de intervalo. É bom que as pessoas pensem um pouco nisso, porque não tem que ver com a nossa dedicação, mas com o risco de os jogadores se lesionarem”, vincou, na antevisão da partida.

Com ou sem descanso, o FC Porto tem mesmo de vencer em São Miguel, sob pena de dar um “empurrão” a quem joga pouco depois.

O “novo Moreirense” em Alvalade

Em Alvalade, o Sporting recebe o “novo Moreirense” (20h30). A estrear o treinador recém-contratado, César Peixoto, os minhotos – que, com um jogo adiado, não competem há quase um mês – querem inverter um desempenho longe de Moreira de Cónegos que tem sido, no mínimo, sofrível.

Ainda não venceram fora, são a única equipa que ainda não marcou golos fora e são também a que menos faz por isso – apenas o Belenenses SAD remata menos. Frente ao líder e melhor ataque do campeonato, com 19 golos, tudo isto pode ser uma tendência decisiva para o que se passará em Lisboa.

Rúben Amorim, treinador do Sporting, rejeitou facilidades e alertou para a indefinição que existe para quem defronta uma equipa com treinador novo.

“Estamos preparados para uma equipa que já era bem orientada. Mas agora entrou o César [Peixoto] e isso cria-nos alguma indefinição. O Moreirense tem jogado em 4x3x3, mas o César já usou outros sistemas, nomeadamente o 3x4x3 que tinha no Chaves”, explicou.

Do outro lado, Peixoto tentou responder a estas dúvidas. “A minha ideia de jogo é uma equipa que sabe o que quer. Os atletas devem ter noção dos seus comportamentos e quererem ser protagonistas. Vamos ter alguma dificuldade e teremos de saber sofrer, mas, com bola, tentar apresentar qualidade para jogar e ser corajosos. Acima de tudo, proporcionar que os jogadores se divirtam”, detalhou.

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