Eanes defende universidade do mar e companhia de transportes da CPLP

O objectivo é dotar os respectivos governos de instrumentos que potenciem ao máximo a economia azul.

Foto
Antigo Presidente da República defende nova estratégia para a lusofonia LUSA/João Relvas

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes defendeu esta quinta-feira a criação de uma universidade do mar e de uma companhia de transportes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), advogando uma nova estratégia para a lusofonia.

“Vivemos um momento especial na CPLP devido à pandemia e devido à tecnologia”, disse o antigo chefe de Estado português no início da intervenção na conferência virtual que decorre esta manhã, organizada pela consultora SAP sob o lema “Sustentar o Crescimento Económico no Próximo Normal”.

“Podemos aproveitar a evolução do mundo para tornar as cadeias logísticas mais eficazes, inteligentes e rápidas, e que a cooperação entre os PALOP se desenvolva de maneira mais interessante, e, olhando para a via oceânica como grande via de ligação entre os diferentes países, criar uma companhia de transportes da CPLP que privilegia o transporte entre estes países”, disse.

Numa intervenção recheada de sugestões, Eanes advogou também o lançamento de centros culturais nos vários países da CPLP e o aprofundamento da mobilidade, nomeadamente para estudantes e para a formação profissional, defendendo ainda o lançamento de uma universidade do mar no âmbito destes países.

“Deveria ser criada uma universidade do mar em que todos em conjunto possamos adquirir tecnologias, capacidades para a exploração marítima de forma eficaz e coordenada”, preconizou, sugerindo a colaboração “dos maiores cientistas nacionais dos países da CPLP para habilitar os governos” a aproveitaram ao máximo as potencialidades da economia “azul”.

Tudo isto, concluiu, faria parte de “uma nova estratégia nos PALOP” que é necessária para potenciar a ligação existente no âmbito da CPLP.

“É necessário definir uma nova estratégia nos PALOP, com áreas de suporte estratégico à segurança e desenvolvimento e modernização dos países e deveriam centrar os meios materiais e humanos para haver uma resposta rápida e eficaz a todos os desafios; isto faria com que os povos lusófonos sentissem que a CPLP não é uma criação das elites, mas sim dos Estados e das nações que falam português e cuja finalidade primeira é fazer com que as pessoas vivam melhor”, concluiu o antigo Presidente de Portugal.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários