drive-ins para as crianças holandesas se encontrarem com o Pai Natal

No mês passado, o governo pediu aos holandeses que reduzissem as comemorações às suas casas, enquanto as cidades tiveram de desistir das festividades, que geralmente atraem multidões.

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Reuters/ANDREW BOYERS

A pandemia está a obrigar a mudanças na celebração das festividades, nomeadamente o Natal. Por estes dias, nos Países Baixos, os drive-ins estão a ser usados para proporcionar o encontro entre as crianças e o Pai Natal, respeitando as devidas distâncias. “É uma boa alternativa, para que possamos conhecer as crianças e as crianças possam realmente vir ver Sinterklaas pessoalmente”, declara Nienke Spruit, que actuou num drive-in na cidade de Apeldoorn, no domingo.

Dezenas de carros esperaram numa fila para permitir que as crianças cantassem para o Sinterklaas, é assim que chamam a São Nicolau, ou entregassem os seus desenhos aos ajudantes do Pai Natal, através das janelas dos veículos, em troca de uma lembrança.

Na tradição holandesa, São Nicolau viaja uma vez por ano de Espanha num navio a vapor, carregado de presentes, acompanhado por dezenas de ajudantes que tradicionalmente têm os seus rostos pintados de preto. Depois, viaja por terra, durante duas semanas, distribuindo biscoitos e presentes, terminando com uma noite de prendas e poemas, que calha a 5 de Dezembro.

Agora, o coronavírus mudou drasticamente as coisas, com eventos públicos proibidos e com a impossibilidade de mais de quatro pessoas estarem juntas. No mês passado, o governo pediu aos holandeses que reduzissem as comemorações às suas casas, enquanto as cidades tiveram de desistir das festividades, que geralmente atraem multidões.

Mas essa não é a única mudança que Sinterklaas enfrenta, já que um número cada vez maior de pessoas afirma que a imagem tradicional dos seus ajudantes é uma caricatura racista. Os figurantes que o acompanham, conhecidos por Zwarte Piet, “Pedro Preto” são geralmente interpretados por brancos com a cara pintada de preto, perucas e batom vermelho.

Este ano, numa sondagem nacional, 45% dos inquiridos respondeu que a imagem de Pete deve mudar, quando há um ano eram menos de 30%. Em Apeldoorn, os Petes usavam apenas pinceladas de tinta preta nas bochechas, representando a fuligem das chaminés por onde descem para entregar as prendas, segundo reza a lenda.

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