Sporting encara a valentia de quem sai mais cedo do emprego

A equipa “leonina” estreia-se na edição 2020/21 da Taça de Portugal num jogo em que balançará entre uma vitória sem aplausos e um deslize com assobios.

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Sporar e Pedro Gonçalves não festejarão juntos nesta segunda-feira: o avançado poderá ser titular, mas o médio está lesionado LUSA/HUGO DELGADO

O Sporting tem, nesta segunda-feira (21h15), no Estádio do Jamor, um daqueles jogos em que o contexto nunca é favorável. Defronta, num jogo a eliminar, uma equipa claramente inferior – duas divisões abaixo – e, por isso, sem nada a perder.

Ganhando esta partida da terceira eliminatória da Taça de Portugal, frente ao Sacavenense, o Sporting não receberá aplausos vibrantes – estará apenas a fazer o que todos lhe exigem. Sendo eliminado, sentirá, por certo, as facas afiadas de quem não aceita um deslize deste tipo.

É por isso que este jogo é tão ou mais perigoso no aspecto mental do que no futebolístico: o Sacavenense não vence há quatro jogos no terceiro escalão e, numa equipa com trabalhadores de diversas áreas – há quem vá pedir ao patrão para sair mais cedo do trabalho, nesta segunda-feira –, o poderio individual está longe do “leonino”.

Mas há um ano foi exactamente este o contexto que “pontapeou” o Sporting para fora da Taça. Jogava esta mesma terceira eliminatória, frente a um outro rival lisboeta a competir no Campeonato de Portugal – o Alverca, equipa em condições semelhantes às do actual Sacavenense.

É certo que esta eliminatória da Taça de Portugal está parca em tomba-gigantes, mas a forma como o Benfica se comportou pode servir de alerta: não esteve perto de perder, mas teve dificuldades em ser o “papão” que se exigia frente ao Paredes.

Avisado do que pode fazer uma equipa do Campeonato de Portugal, Emanuel Ferro, treinador-adjunto do Sporting disse, na antevisão da partida, que os “leões” querem “eliminar qualquer imagem de facilitismo”.

Ainda assim, o técnico reconheceu que “haverá alguma gestão, com uma ou outra mudança” na equipa habitualmente titular – Pedro Gonçalves, lesionado no treino deste domingo, é ausência confirmada por Ferro.

Do lado contrário, o treinador do Sacavenense, Rui Gomes, apelou à perfeição. “Tem de ser um jogo quase perfeito da nossa parte e esperar que o Sporting não esteja num dia assim tão bom”, disparou, na antevisão de uma partida que fará no Estádio do Jamor – a iluminação em Sacavém era insuficiente para a transmissão televisiva.

Ainda relativamente à organização do jogo, o treinador deixou uma crítica à escolha do dia e da hora deste desafio: “Marcar um jogo destes para uma segunda-feira à noite, onde está presente uma equipa amadora, é um bocado difícil para nós. Vamos ter jogadores que, possivelmente, vão ter de sair do jogo, não podem fazer os 90 ou os 120 minutos, porque vão trabalhar. Não faz sentido absolutamente nenhum”, lamentou, à agência Lusa.

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