Brasil-Portugal é a rota mais comum do futebol mundial

O mais perto que alguma outra ligação internacional chega destes valores é a conexão Inglaterra-País de Gales, com 100 ingleses no campeonato galês.

Foto
A rota Brasil-Portugal é a que mais vezes é utilizada em todo o mundo Reuters/ALEX PANTLING

Partida: Brasil. Chegada: Portugal. Estas cerca de nove horas de viagem são a rota mais comum feita pelos jogadores no futebol mundial. Quem o diz é o Observatório do Futebol (CIES), que analisou os plantéis das equipas de 126 campeonatos nacionais. Os dados são claros: 141 brasileiros jogam na I Liga portuguesa e 106 na segunda divisão, a maior predominância de um só país em qualquer país do globo.

O mais perto que alguma outra ligação internacional chega destes valores são as conexões Inglaterra-País de Gales, com 100 ingleses no campeonato galês, França-Luxemburgo, com 93 gauleses no frágil campeonato luxemburguês, e Inglaterra-Escócia, com 90 ingleses na Premiership escocesa.

De notar que estas ligações são de países fortes (Inglaterra e França) para campeonatos mais modestos (País de Gales, Luxemburgo e Escócia), pelo que é uma tendência oposta à que se verifica entre Brasil e Portugal, em que os jogadores migram à procura de um campeonato de maior mediatismo, na Europa.

Ainda relativamente aos estrangeiros à procura da felicidade em Portugal, destaque para os franceses – representados por 26 jogadores na I Liga –, seguidos de espanhóis (18), colombianos (11) e argentinos (10). Na II Liga, nota para uma origem curiosa: a seguir aos brasileiros, são os ganeses e os nigerianos que mais escolhem Portugal para jogar futebol.

"Wolves” dão uma ajuda

Noutro prisma, o CIES analisou o número de expatriados. Os brasileiros são os que mais deixam o seu país para jogar fora, seguidos dos argentinos e dos franceses, mas, limitando a análise às principais Ligas, Portugal surge num posto de destaque.

Itália e Alemanha têm, neste momento, contingentes portugueses mais reduzidos, mas Portugal é o terceiro país com mais jogadores na Liga francesa (13) e o quarto nas Liga inglesa (23) e espanhola (14).

A histórica carga migrante entre Portugal e França explica parte do apreço português pelas ligas gaulesas, mas, no caso da Premier League, a explicação é mais futebolística do que histórica.

As ligações do Wolverhampton aos empresários portugueses, sobretudo à Gestifute, acabam por ter um papel fundamental na predisposição deste emblema para pescar “peixe” português. A equipa da Liga inglesa tem nove portugueses no plantel: Rui Patrício, Roderick, Nélson Semedo, Rúben Neves, João Moutinho, Vitinha, Pedro Neto, Daniel Podence e Fábio Silva.

Sugerir correcção
Comentar