Corona liderou a revolta num FC Porto autoritário

“Dragões” consolidam o segundo lugar do Grupo C, com uma exibição tremenda do mexicano. Equipa francesa ainda não pontuou na prova.

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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LUSA/ESTELA SILVA
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Num momento delicado, o FC Porto reergeu-se, livrou-se dos escombros da Liga e bateu nesta terça-feira o Marselha, de André Villas-Boas, com autoridade e firmeza (3-0), marcando uma posição de força no regresso à Liga dos Campeões. 

Com a defesa mais uma vez órfã de Pepe, ainda que já reforçada pelo o regresso de Zaidu — para além da troca de Diogo Leite por Malang Sarr, que se estreara em Manchester —, o FC Porto precisava de vencer os nervos e a apreensão latentes para superar o trauma pacense. 

E o que parecia uma missão ingrata, rapidamente ganhou forma e expressão com o golo de Marega. O maliano só precisou de manter a serenidade para empurar a bola após uma oportuníssima acção de Corona. O mexicano aproveitou uma hesitação da defesa francesa e serviu o avançado para o primeiro remate certeiro (4’) em noite de regresso de Villas-Boas ao Dragão.

O treinador do Marselha tinha advertido para o perigo de encarar um FC Porto ferido e disposto a ferir. Mas não podia antecipar o brinde gaulês, que deixava o Olympique combalido. O golo de Marega obrigava os marselheses a ajustarem o plano inicial e a interiorizarem com  urgência o sentimento de revolta que Villas-Boas esperava dos “dragões”.  E foi com a colaboração de um francês “infiltrado” nas linhas portistas que o Marselha esteve na iminência de empatar praticamente na resposta, quando, seis minutos depois, Malang Sarr pisou Thauvin na área “azul e branca”. 

Uma ocasião soberana que Dimitri Payet podia ter transformado no primeiro golo do Marselha na presente edição da Champions. Porém, o francês revelava pouca inclinação para bater Marchesín e cometia uma proeza: desde 1968, em jogo da Taça das Taças, que ninguém falhava um penálti contra o FC Porto, na Invicta, em provas europeias. John Toshack (Cardiff City) foi agora imitado pelo homem que tirou Cristiano Ronaldo da final do Euro 2016. 

Sérgio Conceição respirava de alívio para ganhar novo fôlego com um penálti assinalado por Mateu Lahoz na área de Mandanda. Corona foi derrubado e Sérgio Oliveira dilatou a vantagem (28’), marcando pelo terceiro jogo consecutivo.

Um golo determinante para tranquilizar as hostes da casa e agravar a psicose num adversário que, assim, arriscava somar a 12.ª derrota consecutiva na Liga dos Campeões, estabelecendo um recorde na competição (ao destronar o Anderlecht), tendo perdido todos os encontros desde Março de 2012.

Trauma que Marega esteve perto de acentuar com novo golo que o árbitro espanhol invalidou de pronto. Mateu Lahoz marcava, pouco depois, novo penálti na área portista, por bola na “mão” de Uribe... que o VAR provou ter sido bola na cara. Os “dragões” respiravam mais uma vez de alívio e percebiam quão fina era a fronteira entre um triunfo sólido e um final de sofrimento. 

Depois de uns jogos menos exuberantes, com a selecção mexicana a complicar-lhe a tarefa no clube, Corona personificou na perfeição a troca do “chip” que Conceição preconizava e, não satisfeito com a assistência e o penálti que originaram os dois primeiros golos, “Tecatito” cravava a farpa que abatia por completo o Marselha, cada vez mais afundado no grupo C. O extremo arrancou em velocidade e drible, criando uma pequena obra de arte para assistir Luis Díaz, que correspondeu em pleno com o terceiro golo do FC Porto.

A pouco mais de 20 minutos do final, com o Marselha sem referências para poder voltar ao jogo de uma  forma mais coerente, o FC Porto começava a pensar num desfecho que lhe permitisse viajar até ao sul de França com o crédito necessário para poder encerrar a discussão da passagem aos oitavos-de-final. 

E, perante um Marselha desacreditado e na iminência de sofrer novo golo, mais do que propriamente mitigar a derrota, o FC Porto ia poupando Villas-Boas a um pesadelo que Corona poderia ter assinado um minuto antes de ser substituído, atirando por cima quando tinha tudo para fechar a noite com chave de ouro. 

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