Dona do JN e DN vai despedir 81 funcionários

Processo envolve 81 funcionários, 17 dos quais jornalistas, de diferentes áreas da empresa. Decisão é justificada pela “profunda quebra de receitas do sector, em particular na área da imprensa”. Sindicato dos jornalistas diz que despedimentos não podem ser “a única solução”.

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Jose Sarmento Matos

A Global Media Group (GMG), que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e o Açoriano Oriental e ainda a rádio TSF, entre outras empresas de media, vai iniciar um processo de despedimento colectivo que abrange 81 colaboradores, 17 dos quais jornalistas, em diferentes áreas da empresa, por causa da “profunda quebra de receitas do sector, em particular na área da imprensa”.

A decisão, que a administração do grupo apelida de “uma opção difícil, mas inadiável”, foi avançada esta sexta-feira em comunicado. “A evolução acentuadamente negativa do mercado dos media, agora mais evidente com a presente pandemia, precipitou os meios de comunicação social numa crise sem precedentes a que importa responder com fortes medidas de contenção”, lê-se no comunicado.

A administração da Global Media diz também que as medidas que estão agora a ser tomadas vão permitir ao grupo não só “regressar a um nível económico e financeiro saudável”, mas também garantir a protecção de “várias centenas de postos de trabalho” e a “continuidade dos inestimáveis serviços que os meios de informação, alguns deles centenários, vêm prestando à comunidade, com qualidade e independência”. É referido ainda que o grupo já havia implementado um conjunto de medidas de contenção, “a todos os níveis”, para evitar esta decisão, medidas que, no entanto, se revelaram “insuficientes”. “Naturalmente, que além desta medida, tão difícil, outras foram e serão tomadas”, comunica ainda a administração.

Sindicato contesta decisão

Em reacção ao anúncio do grupo Global Media, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) já veio, em comunicado, contestar a decisão, afirmando que “os despedimentos e a degradação das condições de trabalho não devem, nem podem, ser a única solução das administrações para resolver as dificuldades económicas”.

“O SJ relembra que acompanha a situação das empresas que compõem o universo GMG há anos e considera que o despedimento não pode ser a resposta para compensar perdas em vendas de jornais e publicidade ou investimentos falhados, no quadro de uma gestão irresponsável”, lê-se no comunicado enviado às redacções em que também é dito que as diversas publicações “estão demasiado exauridas e que um novo emagrecimento forçado vai implicar uma redução da informação produzida”, que terá consequências “na qualidade dos conteúdos”.

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