Dois sérvios presos acusados da morte de 78 civis durante a guerra na Bósnia

Corpos dos 78 bósnios muçulmanos foram transportados em camiões e atirados para uma vala comum. Detenções ocorrem 25 anos depois dos acordo de paz, que pôs fim a uma guerra que matou mais de 100 mil pessoas.

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Ratko Mladic, chefe do exército sérvio da Bósnia, e Radovan Karadzic, o líder sérvio bósnio Reuters/RANKO CUKOVIC

A polícia bósnia deteve esta terça-feira dois ex-soldados sérvios acusados de participarem no assassínio de pelo menos 78 civis bósnios muçulmanos no início da guerra da Bósnia, nos anos 1990, anunciou a procuradoria estatal em comunicado. 

Um quarto de século após os acordos de paz de Dayton, patrocinados pelos Estados Unidos, que terminaram a guerra entre sérvios bósnios, croatas e bósnios muçulmanos em que cerca de 100 mil pessoas foram mortas, muitos criminosos de guerra continuam em liberdade, num país etnicamente dividido.

Uncanin Bosko, de 51 anos, e Despot Dragan, de 56, estão acusados de violar os princípios das Convenções de Genebra sobre protecção de civis durante a guerra e de crimes contra a humanidade, disse a procuradoria.

Bosko e Dragan foram detidos na cidade de Banja Luka, no Noroeste no país.

Os dois antigos soldados do exército sérvio da Bósnia são suspeitos de levarem civis muçulmanos bósnios de uma escola na aldeia de Velagici, no Oeste do país, onde estavam detidos, de os alinharem e dispararem espingardas automáticas, juntamente com outros soldados, matando pelo menos 78 pessoas.

Os corpos das vítimas foram transportados por camiões e enterrados numa vala comum, de onde foram exumados em 1996.

A guerra da Bósnia (1992-1995) foi marcada pela perseguição e morte de croatas e muçulmanos bósnios nos territórios que os sérvios bósnios mapearam como parte de um estado exclusivamente sérvio.

Os exércitos dominados por croatas e bósnios muçulmanos também cometerem crimes numa guerra em que os três lados combaterem entre si em momentos diferentes.

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