Tailândia: primeiro-ministro ignora ultimato dos manifestantes e os protestos continuam

A instabilidade prossegue na Tailândia, com a população na rua a exigir a saída do chefe do Governo e mudanças radicais na estrutura institucional, a começar pela retirada de poderes ao monarca e à corte.

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Cartazes riscados do primeiro-ministro e de membros do Governo e de organizações monárquicas DIEGO AZUBEL/Reuters
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Prayuth Chan-ocha rezou pela cura da nação ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters

O movimento anti-Governo da Tailândia agendou para domingo e segunda-feira protestos no país depois de o primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, ter ignorado o ultimato para se demitir até às dez da noite deste sábado (hora local).

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de se demitir, Prayuth disse apenas “não saio”, à saída de orações num tempo budista onde foi pedida ua cura para a nação depois de meses de protestos onde também foi pedida a reforma da monarquia.

Depois do prazo terminar, um grupo de manifestantes disse pretender encher as ruas no domingo. Outro grupo disse pretender marchar até à embaixada da Alemanha em Banguecoque, numa referência indirecta ao facto de o rei passar a maior parte do tempo neste país europeu.

“Prayuth é o problema. É o primeiro obstáculo que temos que remover”, disse Jatupat “Pai” Boonpattararaksa, um dos líderes da manifestação marcada para domingo. Pai, e dezenas de manifestantes, foi detidos este mês e libertado sob fiança na sexta-feira.

Desde Julho que os manifestantes exigem nas ruas a saída de Prayuth e uma nova Constituição. Mas recentemente, juntaram às suas reivindicações reformas que limitem os poderes do rei Maha Vajiralongkorn e da corte.

Prayuth, que chegou ao poder em 2014 com um golpe militar, rejeitou as acusações dos críticos que o acusam de ter manipulado as eleições do ano passado para se manter no poder. 

Depois das orações, disse: “Peço a todos que se reconciliem e que juntos ajudem a resolver os problemas”.

O primeiro-ministro marcou uma sessão de emergência do Parlamento para segunda e terça-feira com o objectivo de solucionar a crise, mas os seus opositores não acreditam que surja uma solução já que Prayuth tem o apoio de maioria da assembleia. 

O rei não fez comentários públicos sobre os protestos mas, na sexta-feira, elogiou um homem que ergueu um retrato do monarca numa das manifestações.