Nagorno-Karabakh: Azerbaijão acusa Arménia de querer atacar os seus oleodutos

Rússia sugere envio de observadores militares russos e Turquia nega estar a enviar combatentes sírios para o enclave. Violações da trégua continuam, como as acusações mútuas.

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Ruínas em Ganja, no enclave de Nagorno-Karabakh Reuters/UMIT BEKTAS

O Azerbaijão acusou esta quarta-feira a Arménia de tentar atacar os seus gasodutos e oleodutos e prometeu uma resposta “forte”, numa altura em que a tensão no enclave de Nagorno-Karabakh não dá sinais de diminuir.

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O Azerbaijão acusou esta quarta-feira a Arménia de tentar atacar os seus gasodutos e oleodutos e prometeu uma resposta “forte”, numa altura em que a tensão no enclave de Nagorno-Karabakh não dá sinais de diminuir.

“A Arménia está a tentar atacar e assumir controlo dos nossos oleodutos”, acusou Ilham Aliyev, Presidente do Azerbaijão, numa entrevista à emissora turca Haberturk, citado pela Reuters.

Noutra declaração, o Ministério da Defesa azerbaijano garantiu que irá retaliar e destruir instalações militares arménias caso alguma das suas povoações seja atacada.

Por seu turno, a Arménia acusou o Azerbaijão e a Turquia de “agressão” e de terem violado o cessar-fogo, que deveria ter entrado em vigor no passado sábado.

Num discurso televisivo após as declarações do Presidende Aliyev, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, disse que a situação no enclave, controlado por separatistas arménios, é “bastante difícil” e acusou Bacu e Ancara de não quererem “parar a agressão”.

Os conflitos que se agudizaram a partir de 27 de Setembro em Nagorno-Karabakh já causaram pelo menos 500 mortos e milhares de pessoas ficaram feridas ou tiveram de fugir das suas casas.

O enclave é disputado pelo Azerbaijão e pela Arménia desde o colapso da União Soviética, em 1991, ano em que Ierevan e Bacu entraram numa violenta guerra que causou a morte de mais de 30 mil pessoas.

Internacionalmente, Nagorno-Karabakh é reconhecido como território do Azerbaijão, no entanto, o enclave é de maioria arménia e controlado por separatistas arménios. No conflito, Bacu conta com o apoio da Turquia, enquanto Ierevan é apoiada pela Rússia.

Moscovo mediou uma trégua, que deveria ter entrado em vigor no passado sábado, que pretendia que os dois lados do conflito pelo menos pudessem trocar prisioneiros e corpos. Contudo, o cessar-fogo continua por cumprir, com Arménia e Azerbaijão acusando-se mutuamente de o violarem.

Numa conversa telefónica com os seus homólogos azerbaijano e arménio, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, fez novo apelo para que os dois países “se comprometam totalmente” com o cessar-fogo humanitário.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia – que integra a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o Grupo de Minsk, que tem mediado o conflito nos últimos anos – propôs esta quarta-feira o envio de observadores militares russos para Nagorno-Karabakh e recusou uma solução militar para o conflito.

Já o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, num discurso no Parlamento turco, negou as acusações de que Ancara estaria a enviar combatentes sírios para combaterem em Nagorno-Karabakh, e reforçou a ideia de que o controlo do enclave deve ser entregue ao Azerbaijão.