Aos 19 anos, Jannik Sinner já está na fase da confirmação

Simona Halep deixou de ser a grande favorita ao título feminino em Roland Garros.

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LUSA/YOAN VALAT

Jannik Sinner é o primeiro tenista desde 2005 a atingir os quartos-de-final do Torneio de Roland Garros na sua primeira participação. Nesse ano, a proeza teve a assinatura de Rafael Nadal, precisamente o próximo adversário do italiano de 19 anos que, mais uma vez, confirmou todo o seu potencial, eliminando o top 10, Alexander Zverev.

“Treinamos várias vezes no Mónaco, por isso, conhecemo-nos bem. No final, fiquei muito contente com a minha exibição”, disse Sinner (73.º no ranking), que cedeu pela primeira vez um set na prova antes de ganhar, por 6-3, 6-3, 4-6 e 6-3. “É a vantagem dos cinco sets; se perdemos um, temos de continuar. Mesmo nesse set, joguei bem e tentei manter-me concentrado para atacar o quarto set e funcionou”, explicou Sinner, autor de 39 winners. Zverev (7.º) vinha da sua primeira final do Grand Slam, no US Open, mas apresentou-se com febre e ficou com menos argumentos diante do talentoso italiano.

Antes, e sob condições muito ventosas, Nadal fez prevalecer toda a sua experiência diante do também estreante Sebastien Korda (213.º) e deu mais um passo para conquistar o 13.º título em Paris, vencendo o norte-americano de 20 anos, por 6-1, 6-1 e 6-2.

Dominic Thiem ainda não tinha perdido um set na prova, mas frente ao irredutível gaulês Hugo Gaston (239.º) cedeu dois e só ao fim de três horas e meia é que conseguiu impor-se, por 6-4, 6-4, 5-7, 3-6 e 6-3. Resta saber se as energias gastas pelo recém-coroado campeão do US Open não lhe irão fazer falta diante de Diego Schwartzman (14.º). Gaston, de 20 anos, era um desconhecido dos adeptos franceses, mas agradeceu o wild card, proporcionando mais um grande espectáculo de ténis criativo e variado, pontuado por mais de 50 amorties.

No lado feminino, há também uma jogadora esquerdina, de pequena estatura, rápida na movimentação, mãos habilidosas e jogo variado a revelar-se. Martina Trevisan (159.ª) nunca tinha vencido uma adversária do top 100, mas, depois de passar o qualifying, venceu sucessivamente Camila Giorgi (75.ª), Cori Gauff (51.ª), Maria Sakkari (24.ª) e, neste domingo, Kiki Bertens (8.ª), com um duplo 6-4. “Penso que o mais importante é sempre a minha mentalidade, porque a cada encontro tenho mais confiança e, quando entro no court, entro para ganhar”, resumiu a italiana nascida em Florença, há 26 anos.

Mas a grande surpresa foi a eliminação de Simona Halep (2.ª), que não perdia um encontro desde Janeiro e tinha conquistado dois torneios em terra batida nas vésperas de Roland Garros. Só que a polaca de 19 anos Iga Swiatek, a quem a romena tinha apenas cedido um jogo na edição de 2019, assinou uma exibição irrepreensível, traduzida nos parciais de 6-1, 6-2. Durante 68 minutos, Swiatek (54.ª) somou 30 winners e não enfrentou qualquer break-point.

“Não sei o que aconteceu, joguei de forma perfeita. Estive tão focada durante todo o encontro, que até me surpreendi por poder fazê-lo”, afirmou a primeira polaca a chegar aos quartos-de-final de Roland Garros desde Agnieszka Radwanska, em 2013. Swiatek e Trevisan vão decidir um lugar nas meias-finais.

A mais cotada do quadro feminino é agora Elina Svitolina (5.ª), que, em 63 minutos, ultrapassou Caroline Garcia (45.ª), por 6-1, 6-3, e vai defrontar Nadia Podoroska (131.ª), a primeira argentina nos “quartos” de um Grand Slam desde 2004.

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