Korda e Gaston são novos nomes para decorar
Jovens de 20 anos apuraram-se para os oitavos-de-final em Roand Garros. Simona Halep está invencível há 17 encontros.
Desde 1985 que não havia tantos tenistas fora do top 100 na terceira ronda de Roland Garros. Desses nove, dois destacaram-se nesta sexta-feira: Sebastien Korda, 213.º mundial, e Hugo Gaston, 239.º, ambos de 20 anos e estreantes no quadro principal do torneio francês. Os dois qualificaram-se para os oitavos-de-final e desde o Open da Austrália de 2004 que não havia dois jogadores tão mal classificados nesta fase de um Grand Slam.
Korda é também o primeiro norte-americano atingir os “oitavos” de Roland Garros na sua primeira visita a Paris desde o compatriota Michael Russel, em 2001. E é o norte-americano com pior ranking a chegar tão longe na prova desde Todd Martin, 243.º, em 1991. O apelido vem do pai, Petr, finalista aqui em 1992, e campeão na Austrália, em 1998. Curiosamente, a mãe, Regina Kordova, também foi finalista em Paris, em 1989, num torneio que se realizava em Setembro, Open Clarins.
A família, na qual se incluem duas irmãs, Nelly e Jessica, profissionais de golfe, acordou mais uma vez de madrugada para assistir desde os EUA a mais uma vitória de Seb, por 6-4, 6-3 e 6-1, sobre o espanhol Pedro Martínez (105.º), igualmente vindo do qualifying.
“O meu pai apoia-me muito. O meu objectivo é vencer dois Grand Slams para ter mais um do que ele”, brincou Seb, que agora terá pela frente o ídolo Rafael Nadal – vencedor de Stefano Travaglia (74.º), em hora e meia: 6-1, 6-4 e 6-0. “Tudo o que ele faz é perfeito. Até pus o nome dele ao meu gato, isso mostra o quanto o adoro.”
Surpreendente, até para os franceses, foi a exibição de Hugo Gaston, que eliminou o campeão de 2015, Stan Wawrinka (17.º), por 2-6, 6-3, 6-3, 4-6 e 6-0. Nascido em Toulouse há 20 anos e com 1,73m de altura, Gaston não se intimidou por defrontar um adversário da dimensão do suíço, imprimindo alternâncias constantes de ritmo, com infindáveis amorties, que deixaram Wawrinka muito hesitante e sem saber como posicionar-se.
“Sabia que ia ser complicado, mas num court dou sempre o máximo. É de doidos… sabia que ele não gosta de variações, mas é o meu jogo e não iria mudar”, explicou Gaston, que terá como próximo adversário Dominic Thiem (3.º). O recente campeão do US Open tem sabido conservar energias para encarar a segunda semana do torneio e, nesta sexta-feira, derrotou Casper Ruud (25.º), por 6-4, 6-3 e 6-1.
Nos oitavos-de-final, estão igualmente Alexander Zverev, Diego Schwartzman, Jannick Sinner e Lorenzo Sonego que entrou para a história ao ganhar um tie-break de 36 pontos, o mais longo num encontro masculino disputado em Roland Garros, na vitória sobre Taylor Fritz, por 7-6 (7/5), 6-3 e 7-6 (19/17).
No torneio feminino, Simona Halep (2.ª) arrasou (6-0, 6-1) Amanda Anismova (29.ª), que a tinha derrotado nos “quartos” de 2019. “Fui mais agressiva e assumi o encontro. No ano passado, estava muito longe do court e joguei curto, por isso, ela pôde fazer o seu jogo”, explicou a romena.