Construção do novo Centro de Saúde da Fernão de Magalhães arranca com duas incógnitas

Obra para substituir actual centro, que funciona em instalações precárias, terá um custo de 4,7 milhões e deverá levar um ano e meio.

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Rui Gaudencio

A construção do novo Centro de Saúde da Fernão de Magalhães, em Coimbra, começa com duas questões por responder: parte do financiamento está ainda por assegurar e o terreno onde vai ser construído o novo equipamento que irá servir 30 mil utentes, embora seja actualmente um estacionamento em terra batida, foi outrora ocupado por um hospital do século XIII. Isto significa que há o risco de os potenciais achados arqueológicos atrasarem os trabalhos. <_o3a_p>

Correndo tudo de acordo com o que prevêem a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), a empreitada levará um ano e meio a ser concluída, período ao fim do qual o edifício estará pronto a ser utilizado, disse a presidente da ARSC, Rosa Reis Marques.  <_o3a_p>

Nesta segunda-feira, no auto de consignação que marcou o início da obra, a responsável explicou aos jornalistas que o primeiro concurso para a construção do centro de saúde tinha financiamento comunitário assegurado, mas que a empreitada actual está ainda dependente da reprogramação dos fundos.  Ou seja, como o primeiro concurso ficou vazio, foi necessário lançar um novo, o que atrasou o processo e obrigou a subir o valor de base. “As coisas estão articuladas e apalavradas” para que tal aconteça, garantiu o presidente da CMC, Manuel Machado. <_o3a_p>

Com a adjudicação da obra à empresa Edibeiras a fixar-se em 4,7 milhões de euros, a ARSC espera “que o valor seja ajustado na reprogramação” dos fundos comunitários, operação que deverá acontecer até ao fim do ano.<_o3a_p>

Manuel Machado, pediu ao empreiteiro que acelerasse a obra que classificou de “necessidade imperiosa”, mas está consciente dos potenciais atrasos. “Temos aqui o resto do que foi o Hospital dos Lázaros”, explicou, sobre a estrutura do século XIII que ocupava o terreno do futuro centro. “É provável que apareçam elementos arqueológicos relevantes. Se aparecerem, no âmbito do contrato, o empreiteiro faz acompanhar a obra por arqueólogos”, referiu. <_o3a_p>

O novo Centro de Saúde da Fernão de Magalhães deverá abrir as portas em 2022, tomando o lugar do actual, que funciona em quatro de um prédio, numa situação precária.  Há muito que as condições do centro são criticadas tanto por utentes como pela Ordem dos Médicos. Após uma visita à unidade de saúde, em 2017, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, falava numa situação “vergonhosa”, entendendo que “não há condições de segurança nem de higiene para isto continuar a ser um centro de saúde”. Apesar disso, a unidade manteve as portas abertas até hoje.  <_o3a_p>

No seguimento das críticas da SRCOM, a ARSC chegou a acenar com obras de remodelação no valor de 120 mil euros, medida considerada insuficiente. Em Dezembro de 2019, a comissão de utentes voltou a manifestar-se à porta do centro, exigindo obras nas instalações actuais enquanto o novo não estiver pronto. O processo de lançamento da empreitada arrastou-se, uma vez que as propostas apresentadas ao concurso anterior ficaram abaixo do valor base. <_o3a_p>

Rosa Reis Marques anunciou também que a requalificação de outra das unidades de saúde problemáticas de Coimbra deverá arrancar ainda este ano. O Centro de Saúde de Celas vai ter obras de 2,3 milhões de euros, tendo o contrato já recebido luz verde do Tribunal de Contas.  <_o3a_p>

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