Indeciso sobre presidenciais, Volt Portugal assume que a prioridade são as autárquicas

O Volt Portugal estreou-se este sábado no seu I Congresso, depois de se ter oficializado enquanto 25.º partido português em Junho deste ano.

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Tiago Matos Gomes é fundador e líder do Volt Portugal LUSA/RODRIGO ANTUNES

No I congresso do Volt Portugal, o novo partido português pan-europeu que quer ser “um parceiro de solução parlamentar” apresentou estratégias de trabalho, elegeu a direcção do partido com 64 votos a favor e um voto em branco (foi apresentada apenas uma lista) e discutiu se deverá ou não participar na corrida a Belém através de um apoio a um candidato presidencial. O nome de Ana Gomes ainda foi citado, mas a decisão só deverá ser tomada na comissão política, depois de um referendo interno. No entanto, o balanço feito no encontro mostra que os membros do Volt têm como prioridade as eleições autárquicas e não as eleições presidenciais. 

No encerramento do congresso, Tiago Matos Gomes, fundador e líder do Volt Portugal, garantiu que será nas eleições autárquicas que o Volt “se apresentará aos eleitores como partido”, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, “de forma independente ou em parceria”, que excluirão “forças políticas extremistas”.

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Tiago Matos Gomes foi eleito presidente do Volt com 64 votos a favor (e um voto branco) Rodrigo Antunes/Lusa

Ainda que o calendário das autárquicas esteja longe, foram as eleições presidenciais a ser deixadas fora da ordem de trabalhos. Mas o tema foi trazido para o encontro por um dos membros do partido, notando que embora os estatutos prevejam que a decisão seja tomada pela comissão nacional, “o timing é tudo”. A decisão sobre o apoio do Volt a um candidato presidencial não foi tomada e gerou algumas hesitações na sala (que por várias vezes ouviu o nome de Ana Gomes).

Vários apoiantes sublinharam que o Volt se encontra numa fase muito primitiva da sua afirmação em Portugal, sem a ambicionada “robustez política”, e por isso não deverá apoiar ninguém. Por outro lado, por não identificarem nem com a ala esquerda, nem com a ala direita, os membros do Volt temem que a associação a uma candidatura os cole a uma determinada conotação ideológica. Foi ainda levantada a questão de investimento de recursos do partido, que os membros acreditam que, nesta fase, devem ser alocados às eleições às quais o partido irá concorrer.​

Além de Tiago de Matos Gomes, foram também eleitos Mateus Carvalho (vice-presidente), Ana Carvalho (secretária-geral) e Tânia Girão (tesoureira). A moção estratégica apresentada pela lista vencedora, que traça ainda objectivos eleitorais, foi aprovada por unanimidade. Foram ainda aprovadas duas moções estratégicas, uma sobre a importância de “decisões políticas baseadas no conhecimento científico” e outra em defesa da descentralização.

O movimento, que surgiu em Portugal a 28 de Dezembro de 2017, conta com um eurodeputado no Parlamento Europeu, Damian Boeselager, eleito pelo Volt Alemanha nas eleições de Maio de 2019. Andrea Venzon é o fundador do movimento “Volt Europa”, que também já é partido político na Alemanha, Bulgária, Bélgica, Espanha, Holanda, Itália, Áustria, Luxemburgo, Dinamarca, França, Reino Unido e Suécia.

No discurso de encerramento do I Congresso do Volt Portugal estiveram presentes o deputado à Assembleia da República Porfírio Silva, do PS, Ângelo Pereira, Presidente da Comissão Política Distrital de Lisboa do PSD, Rui Prudêncio, pelo PAN, Carla Castro, da Iniciativa Liberal, Tomás Cardoso Pereira, do Livre, e ainda o eurodeputado Francisco Guerreiro (ex-PAN). Estiveram também presentes Diogo Reis, pelo partido Reagir Incluir e Reciclar (RiR) e um representante da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). com Lusa

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