Suárez chora na despedida, mas não morde a mão que o apoiou

Internacional uruguaio muda-se da Catalunha para Madrid, evitando falar da Juventus, até porque fez “questão de continuar em Espanha” para poder defrontar o Barcelona.

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LUSA/FC BARCELONA / MIGUEL RUIZ / HANDOUT
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Luis Suárez despediu-se esta quinta-feira do FC Barcelona, que na véspera anunciara oficialmente o acordo com o Atlético de Madrid. Os “colchoneros” representam o novo desafio do internacional uruguaio de 33 anos, terceiro melhor marcador da história do clube “blaugrana”, com 198 golos, em 283 jogos e um impressionante registo de 13 troféus, com destaque para a Liga dos Campeões (2014-15), quatro campeonatos, quatro Taças do Rei, uma Supertaça Europeia e um Mundial de Clubes (2015).

Tal como na véspera, Suárez voltou a emocionar-se, agora em plena conferência de imprensa, acto que marcou o fim de um período de ouro de seis épocas, coroado com uma bota de ouro (2015-16), a segunda, do avançado que formou o temível trio de ataque MSN, com Messi e Neymar.

Mas antes de envergar a futura camisola, o uruguaio - “riscado” por Ronald Koeman, novo treinador culé - teve oportunidade de agradecer toda a “confiança” nele depositada pelo clube e o apoio dos companheiros, recordando as “circunstâncias difíceis” e “o erro cometido” quando se transferiu do Liverpool para o clube catalão, em 2014, na sequência do incidente com o italiano Giorgio Chiellini, defesa da Juventus: Suárez deixou as marcas dos dentes num ombro do italiano durante o jogo que ditou a eliminação da “squadra azzurra” na fase de grupos do Mundial de 2014, no Brasil.

Episódio recuperado na última semana, altura em que Luis Suárez esteve perto de rumar a Turim para se juntar, precisamente, à Juventus de Chiellini e de Cristiano Ronaldo. A mudança para o “calcio” acabaria, apesar do telefonema de cortesia do uruguaio ao defesa transalpino, por esfumar-se numa altura em que Suárez surgia envolvido em nova polémica, com suspeitas de fraude em torno do pedido de cidadania italiana. 

Suárez, que o Atlético de Madrid garantiu a troco de seis milhões de euros, num acordo que evitou uma saída onerosa para o Barcelona, obrigado a honrar a época de vínculo que tinha com o futebolista, sublinhou ainda os momentos inolvidáveis que viveu ao lado de Lionel Messi - que esteve na iminência de abandonar Camp Nou -, levando no coração apenas “as coisas boas” e o orgulho de os filhos terem testemunhado os momentos que passou “ao lado do melhor da história do futebol”, que doravante passa a ser um adversário.

“Já nos defrontámos nas selecções. Não misturamos os sentimentos e a amizade. Veremos como será o futuro”, rematou, enfrentando a realidade imposta pela renovação pedida a Ronald Koeman no rescaldo da humilhação dos 8-2, nos quartos-de-final da Champions, em Lisboa

“Por vezes, os clubes precisam de uma mudança. E o treinador não contava comigo...”, admitiu, lembrando que parte “com a sensação de ter cumprido”. “Ser o terceiro maior goleador da história do clube não é fácil. Deixei uma marca!”, destacou, assumindo que não faltaram propostas quando o Barça o descartou.

“Queria um clube onde pudesse competir com o Barcelona...”, adiantou, explicando o mês de “loucos” com muitas notícias, “algumas inventadas”.   

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