Morreu o editor Franco Maria Ricci, autor do maior labirinto verde do mundo

O editor e designer Franco Maria Ricci morreu na quinta-feira na cidade de Parma, em Itália, aos 82 anos.

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DRO DANIEL ROCHA

O coleccionador, editor, bibliófilo e designer italiano Franco Maria Ricci, que idealizou o labirinto de Masone, na Itália, o maior do mundo, com 200 mil plantas, morreu na quinta-feira, em Parma, aos 82 anos, noticiou a imprensa italiana.

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O coleccionador, editor, bibliófilo e designer italiano Franco Maria Ricci, que idealizou o labirinto de Masone, na Itália, o maior do mundo, com 200 mil plantas, morreu na quinta-feira, em Parma, aos 82 anos, noticiou a imprensa italiana.

Nascido em Parma, em 1937, marcou a cena editorial com a publicação, entre 1982 e 2004, da revista FMR, e entre outras coisas por na década de 1970 se ter encontrado em Buenos Aires com o escritor argentino Jorge Luis Borges para lhe propor dirigir (seleccionando e prefaciando) uma colecção de literatura fantástica a que, muito à maneira borgeana, daria o nome A Biblioteca de Babel.

Em 1998 vendeu o seu império editorial por 10 milhões de euros e conquistou admiração sobretudo por ter criado o Labirinto de la Masone, no município de Fontanellato, na província de Parma, inaugurado em 2015. Com mais de oito hectares de superfície, o labirinto é formado por 200 mil plantas de bambu, com dimensões entre 30 centímetros e 15 metros, e foi criado para lazer e cultura, acolhendo eventos e exposições.

Ricci iniciou a carreira como editor em 1963, com a reimpressão do Manual Tipográfico, de Giambattista Bodoni, e cultivou ao mesmo tempo o seu interesse pelo desenho, que o levou a marcar e a criar anúncios para grandes empresas, tanto italianas como estrangeiras.

Fez igualmente reedições históricas da Enciclopédia, de Diderot e D' Alembert, e das obras do escritor argentino Jorge Luis Borges, que gostava de citar como inspiração para o Labirinto de la Masone. 

O ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini, já lamentou a morte de Ricci, destacando que foi “um intelectual de extraordinária sensibilidade e inteligência, um editor culto e refinado, um homem que sempre trabalhou para difundir o conhecimento do património cultural” italiano.

Também o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, lamentou a morte do editor, na sua página da rede social Facebook, considerando-o, “um homem raro, que soube marcar de forma incomparável o panorama das edições de arte na Europa e no mundo”. Entre 28 de Novembro de 2014 e 12 de Abril de 2015, o Museu de Arte Antiga, em colaboração com a Embaixada de Itália e o Instituto Italiano de Cultura, recebeu a exposição “A Colecção Franco Maria Ricci”, que apresentou a sua colecção de arte, pela primeira vez em exibição integral fora de Itália. Um documentário sobre a concepção do Labirinto de la Masone acompanhou a mostra.