Histórias do Tour: Esqui, bicicleta e solidariedade

Até ao final do Tour, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre os ciclistas em prova.

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Rudy Molard quando vestiu a camisola vermelha da Vuelta LUSA/MANUEL BRUQUE

Aos 30 anos, Rudy Molard, ciclista da equipa FDJ, não é dos nomes mais proeminentes do pelotão internacional. Habitualmente focado em integrar fugas, não tem triunfos de grande montra em clássicas e muito menos resultados de destaque em provas por etapas. O que Molard tem para contar é ter vestido a camisola de líder da Volta a Espanha, depois de uma etapa em que integrou uma fuga. E é tudo.

Mas a falta de resultados importantes no ciclismo não tira relevância a Molard. Na verdade, este ciclista é dos mais relevantes do pelotão. Porventura não pelos predicados no ciclismo, mas pelos que mostra fora dele.

A Rudy Molard Cycling Training Camp Iten Kenya é uma escola de ciclismo criada no Quénia, com o propósito de proporcionar um contexto desportivo numa zona desfavorecida do globo.

O ciclista francês juntou-se à Fungana, fundação de fins solidários, e suportou um projecto que pressupôs, numa primeira fase, a criação de uma pista de ciclismo, num terreno no Oeste do Quénia que não permitia, de forma alguma, a prática da modalidade.

Numa segunda fase, houve a compra do material desportivo. Por fim, a ida de um treinador para coordenar os jovens desportistas.

Um dos caminhos para financiar esta ideia foi a criação de um equipamento de ciclismo cujas vendas revertem para o projecto de Rudy Molard no Quénia.

O impulso do ciclista francês, que dá nome à escola, permitirá que vários jovens quenianos possam aprender a andar de bicicleta e, eventualmente, serem descobertos como talentos para uma modalidade quase sem expressão no continente africano.

A título de curiosidade, nota para o facto de Molard não se ficar pelo ciclismo e pela beneficência. Antes disto, o francês mostrou talento para o esqui, tendo sido campeão mundial júnior de triatlo de Inverno, modalidade que envolve corrida, ciclismo e esqui, tudo na neve. Isto em 2008.

10 anos depois, foi líder da Vuelta. Agora, é líder na beneficência. Aos 30 anos, já uma vida e tanto.

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