Nicola Sturgeon promete legislação para realizar novo referendo à independência

Apoio maioritário dos escoceses à independência tem-se mantido consistente por causa da resposta do Governo britânico à pandemia e pelo “Brexit”.

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Os nacionalistas liderados por Sturgeon pretendem pressionar o Governo de Londres para autorizar um novo referendo Reuters

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, prometeu esta terça-feira publicar legislação para viabilizar um novo referendo à independência da Escócia, incluindo nela a pergunta e a data do voto, antes das eleições parlamentares do próximo ano. 

Sturgeon, que dirige o governo pró-independência, tinha posto de lado os planos para um segundo referendo para se concentrar na crise da covid-19. No entanto, o apoio mais consistente à independência escocesa tem levado os nacionalistas a renovar os seus apelos para uma nova votação.

No referendo à independência em 2014, os escoceses votaram 55%-45% a favor da permanência no Reino Unido.

“Antes do final desta sessão parlamentar, iremos publicar legislação que irá traçar os termos e a data de um referendo à independência, bem como uma proposta de pergunta que será colocada às pessoas no dito referendo”, disse Sturgeon

A percepção de que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, respondeu de forma tardia à pandemia da covid-19 e a fúria dos escoceses em relação à decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia levaram o apoio à independência a manter-se de forma consistente acima dos 50%. Os eleitores escoceses votaram contra a saída da UE no referendo de 2016.

Se a Escócia votar a favor da independência, isso iria significar a perda pelo Reino Unido de um terço do seu território, quase um décimo da sua população, um ingrediente nuclear da sua identidade, e deixar de rastos a sexta maior economia do mundo.

As eleições parlamentares do próximo ano vão fornecer um novo palanque para que o Partido Nacional Escocês exerça pressão a favor de um novo referendo. Os nacionalistas esperam alcançar a maioria e pretendem usar essa força para pressionar Johnson a autorizar uma nova votação.

No entanto, é nas mãos do Parlamento britânico que está a decisão de permitir que a Escócia realize outro referendo e o Governo conservador de Londres já disse repetidamente que irá rejeitar qualquer pedido para uma votação. Em vez disso, o Governo de Johnson tem sublinhado as vantagens económicas para a Escócia se se mantiver no Reino Unido, ao lado de Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte.

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