Ajuda chegou ao navio de Banksy no Mediterrâneo, que tem mais de 200 pessoas a bordo

“Precisamos de ajuda imediata”, escreveram os organizadores da campanha, exortando a União Europeia e as autoridades italianas a agirem.

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O navio tem pinturas de Banksy Reuters/MV Louise Michel/REUTERS TV
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Algumas das pessoas salvas no mar Reuters/MV Louise Michel
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O avio Reuters/MV Louise Michel
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Saída para o mar da tripulação Reuters/CHRIS GRODOTZKI/LOUSIE MICHEL
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Reuters/MV Louise Michel/REUTERS TV
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Operação de salvamento de náufragos no Mediterrâneo Reuters/MV LOUISE MICHEL

Já chegou ajuda ao navio humanitário fretado pelo artista britânico Banksy para salvar imigrantes naufragados no Mediterrâneo. Um navio patrulha da Guarda Costeira italiana que partiu da ilha de Lampedusa recolheu 49 das 219 pessoas que estavam a bordo do Louise Michel, sobrelotando a embarcação e impedindo-a de continuar viagem.

Um outro navio, da organização não-governamental italiana Mediterranea Saving Humans, que estava a preparar-se para regressar aos salvamentos no Mediterrâneo nos próximos dias, enviou também o navio Mare Jonio, que partiu do porto de Augusta, na Sicília, para auxiliar o Louise Michel, diz a Reuters. “Ajudar estas pessoas é uma questão de vida ou morte”, anunciou, condenando a inércia das guardas-costeiras italiana e maltesa em responderem aos pedidos de socorro.

Louise Michel tinha pedido ajuda imediata esta madrugada, por ter a bordo um grande número de migrantes resgatado no mar, e pelo menos um morto a bordo, sem que nenhum porto lhes desse permissão para entrar.

O navio tinha recolhido na sexta-feira 130 migrantes à deriva num barco pneumático, escreveram na rede social Twitter os organizadores da campanha, na conta @MVLouiseMichel. Depois de um primeiro resgate na quinta-feira, o navio tinha 219 náufragos resgatados a bordo, contando apenas com dez tripulantes, adiantaram.

“Precisamos de ajuda imediata”, dizia um tweet, exortando a União Europeia e as autoridades italianas a agirem. “Já há um morto no barco. Os outros apresentam queimaduras de combustível, estão no mar há dias e agora foram deixados por sua conta numa área de busca e salvamento da UE.” Dizim ainda não conseguir mover a embarcação - aparentemente, tinham problemas para manter a sua estabilidade, pelo que dizem no Twitter.

A capitã do navio é Pia Klemp, uma activista de direitos humanos alemã conhecida por ter conduzido vários outros navios de resgate, incluindo o Sea-Watch 3.

O ACNUR, agência das Nações Unidas para os refugiados, apelou num comunicado conjunto com a Organização Internacional das Migrações, para a que seja feito o “desembarque urgente” das pessoas recolhidas no mar pelo Louise Michel e por duas outras embarcações, que no total transportam mais de 400 migrantes. 

Muitos barcos pequenos com migrantes, principalmente tunisinos, atracaram durante todo o verão na ilha italiana de Lampedusa, no sul da Sicília. O Sea-Watch 4, navio das ONG Médicos sem Fronteiras e Sea-Watch, está presente na área desde meados de Agosto e já realizou diversos resgates. É um dos que agora precisa urgentemente de desembarcar as pessoas que salvou. Tem cerca de 200 pessoas a bordo. O petroleiro Maersk Etienne tem também 27 pessoas resgatadas do mar a bordo, desde 5 de Agosto.

O Guardian diz que o artista não está a bordo, acrescentando que toda a operação foi montada entre Londres, Berlim e Borriana. Baptizado em homenagem a Louise Michel, uma anarquista francesa do século XIX, o navio, decorado com graffiti do artista britânico, partiu no dia 18 de Agosto do porto espanhol de Borriana, perto de Valência, diz o jornal.

O diário britânico publicou várias fotos do barco, pintadas em rosa e branco, com graffiti de Banksy, retratando uma jovem com um colete salva-vidas segurando uma bóia em forma de coração.

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