Oposição maliana congratula-se com golpe de Estado que derrubou presidente Keita

Coligação oposicionista do M5-RFP “toma nota do compromisso” dos militares agora no poder de “abrir uma transição política civil”. Está convocada para sexta-feira “a maior concentração patriótica junto do Monumento da Independência” e em todo o território maliano.

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LUSA/H.DIAKITE

A oposição maliana congratulou-se esta quarta-feira com o golpe de Estado militar, ocorrido na terça-feira, considerando que era o “culminar” da sua luta contra o Presidente derrubado, Ibrahim Boubacar Keita.

A coligação oposicionista do M5-RFP “toma nota do compromisso” do Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP)”, criado pelos militares agora no poder, “de abrir uma transição política civil”, indicou em comunicado.

Estes opositores a Keita disponibilizaram-se a “fazer todas as iniciativas” para a “elaboração de um plano de acção, cujo conteúdo será acordado com o CNSP e todas as forças vivas do país”.

Por outro lado, Choguel Maiga, presidente do comité estratégico do M5-RFP, convocou, em declarações à comunicação social, para sexta-feira “a maior concentração patriótica junto do Monumento da Independência”, bem como “no conjunto do território nacional para festejar a vitória do povo maliano”.

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anunciou a demissão na madrugada de terça para quarta-feira, horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social.

A acção dos militares já foi condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e União Europeia (UE).

Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE. O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, assegurou esta quarta-feira que “estão todos bem”.

Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013 e renovou o mandato de cinco anos em 2018.

A França intervém actualmente no Mali no âmbito da operação Barkhane, com a participação dos exércitos estónio e britânico e forças governamentais locais, contra grupos armados jihadistas na região do Sahel.

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