Pandemia teve efeito travão nos pré-avisos de greve

Entre Abril e Junho desde ano, o que inclui o período de estado de emergência, houve 89 avisos de paralisações.

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daniel rocha

Desde 2013 que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não recebia tão poucos pré-avisos de greve como aconteceu entre Abril e Junho de 2020. Ao todo, a Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho registou 89 avisos, no sector privado e empresarial do Estado, durante o segundo trimestre. Em 2019, sem confinamento, o número chegou aos 329 pedidos.

Os dados são revelados pela edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias, que conclui que a pandemia travou, mas não acabou com as greves durante o período mais crítico de restrições e de crise sanitária (e que incluiu o estado de emergência). Comparando com o ano anterior, os pré-avisos desceram 73% (-240). E o mês de Abril foi o menos intenso. Houve apenas três pré-avisos. Em Maio, o número cresceu para 39 e, em Junho, já em pleno desconfinamento, os pedidos chegaram aos 47.

No mesmo período, deu-se a abertura de 35 processos de serviços mínimos, dos quais dois foram decretados por acordo e sete por despacho (um acabou enviado para o Conselho Económico e Social), segundo relata o jornal.

A quebra não é só em relação ao ano de 2019 e aos anteriores. Comparando o dados do primeiro e do segundo trimestre de 2020, também se regista uma redução. Até Março, altura em que foi decretado o primeiro estado de emergência, deram entrada na Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho 210 avisos de greve. 

Em 2019, os serviços do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social receberam um total de 1077 pré-avisos de greve - o valor mais alto desde que António Costa é primeiro-ministro. Mas foi entre Abril e Junho de 2013 que se registou o número mais elevado de pré-avisos dos últimos anos, mais precisamente 730 (mais 641 do que em período homólogo de 2020).

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