Novos casos de covid-19 em Portugal mais do que duplicam relativamente ao dia anterior

Portugal conta esta quarta-feira 278 novos casos, enquanto na terça-feira foram identificados 120. O índice de transmissibilidade (RT) está abaixo de 1.

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Nuno Ferreira Santos

Portugal regista esta quarta-feira mais três mortes e 278 casos de infecção, o que representa um aumento de 0,53%. O número de casos diários é mais do dobro do registado na terça-feira (120). É também o maior número de novos casos desde 7 de Agosto, quando foram detectados 290. Para encontrar um valor superior é preciso recuar até ao dia 24 de Julho (313 infecções).

Desde o início da pandemia, o país contabiliza 1764 óbitos e 53.223 casos de infecção. Dos novos casos, 160 (58%) foram identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde morreu uma pessoa nas últimas 24 horas. As outras duas mortes ocorreram no Norte do país. Os dados foram divulgados esta quarta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), actualizado diariamente.

Recuperaram mais 180 pessoas relativamente ao dia anterior, num total de 38.940. Há 12.519 casos activos neste momento, mais 95 do que na terça-feira, número que resulta da subtracção dos recuperados e dos óbitos ao total de infecções.

Estão internadas 367 pessoas (mais duas do que na terça-feira), das quais 40 em unidades de cuidados intensivos (mais cinco do que no dia anterior).

Cerca de 86,4% das pessoas que morreram em Portugal com covid-19 tinham mais de 70 anos. As três mortes registadas nas últimas 24 horas foram três mulheres com mais de 80 anos. Duas pessoas morreram no Norte e uma na região de Lisboa e Vale do Tejo. A taxa de letalidade global é de 3,3%.

A região com maior número de casos de infecção é Lisboa e Vale do Tejo: 27.441. Seguem-se o Norte (19.217, mais 89 do que na terça-feira), o Centro (4538, mais 12), o Algarve (938, mais quatro) e o Alentejo (780, mais dez). Os Açores registam 184 infecções (mais uma) e a Madeira 125 (mais duas).

O Norte é a região do país com maior número de mortes por covid-19: 836. Surgem depois Lisboa e Vale do Tejo (621), Centro (253), Alentejo (22), Algarve (17) e Açores (15). A Madeira não tem registo de vítimas mortais.

RT abaixo de 1, mas com ligeira tendência de inversão

O índice de transmissibilidade (RT) do vírus SARS-CoV-2 globalmente no país está abaixo de 1, revelou esta quarta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa de balanço da pandemia. Citando dados do Instituto Nacional de Saúde Dr.º Ricardo Jorge (Insa), na semana de 3 a 7 de Agosto o RT global estava em 0,99. Mas “a tendência decrescente dias tem sofrido uma ligeira inversão”, afirmou a ministra.

Marta Temido adiantou que a taxa de incidência de novos casos dos últimos sete dias situou-se em 13,4 por 100 mil habitantes e a dos últimos 14 dias foi de 25,4 por 100 mil habitantes. Existem 12.519 casos activos da doença, adiantou.

“Nas últimas 24 horas o número de casos na região Norte aumentou. Isso deve-se sobretudo a situações de surtos ligados a uma área geográfica relativamente circunscrita que estamos a acompanhar com uma maior proximidade e que coincide com o Agrupamento de Centros de Saúde da Póvoa do Varzim/Vila do Conde. Estamos a acompanhar com bastante cuidado, através da Administração Regional de Saúde do Norte e da Direcção-Geral da Saúde esta situação”, disse a ministra.

Portugal contabiliza 161 surtos de covid-19 activos, uma redução de três surtos activos em relação ao balanço de segunda-feira. Destes, 42 surtos localizam-se na região Norte (mais um que no balanço do início da semana), oito no Centro (menos dois que na segunda-feira), 82 em Lisboa e Vale do Tejo (menos dois), 13 no Alentejo e 16 no Algarve (estas duas regiões não registam alterações em relação ao balanço anterior).

Baixa letalidade por covid-19

“Portugal é um dos países que se tem destacado pela sua baixa taxa de letalidade por covid-19”, afirmou a ministra Marta Temido, depois de ter sido questionada sobre os resultados de um estudo internacional. “Tem um significado muito positivo quando comparamos com países com taxas de letalidade muitos elevadas. Existem sempre aspectos a melhorar. O objectivo último era não haver mortes, sendo essa uma meta que é algo difícil de concretizar”, reconheceu Marta Temido, lembrando que Portugal é um país envelhecido e que a covid-19 atinge de forma mais grave pessoas mais vulneráveis como os idosos.

Questionada sobre o relatório da Ordem dos Médicos ao lar de Reguengos de Monsaraz – na sequência do surto, que passou depois para a comunidade, morreram 18 pessoas – a ministra disse que o Ministério também recebeu os resultados. “Estamos a analisá-los. Temos, através da Administração Regional de Saúde do Alentejo, uma avaliação também a ser feita”, acrescentou, referindo que este surto foi dado como encerrado há alguns dias.

A ministra referiu que as estruturas residenciais para idosos “foram uma das maiores preocupações face à vulnerabilidade das pessoas” que lá estão instaladas e lembrou que se estabeleceu um conjunto de regras, em articulação com várias entidades para melhor resposta à situação de pandemia. “Em meados de Abril tínhamos 360 estruturas residenciais para idosos com casos positivos, no dia 11 eram 69”, contabilizou.

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