Cartas ao director

Ainda cabe mais um

Questionado sobre a possível vinda do emérito rei de Espanha para solo Luso, o nosso Presidente terá dito desconhecer essa eventualidade recusando-se a responder se, a acontecer, tal representará um embaraço diplomático.

Pasme-se! O mais alto magistrado da nação, o último guardião do bom nome do país, demite-se das suas funções deixando caminho aberto, supõe-se que ao Governo, para que outrem decida se um ex-monarca, afastado do seu país por estar envolvido em gravíssimas irregularidades financeiras, é, ou não, persona non grata neste cantinho à beira-mar plantado.

Será que já tudo está decidido entre Governo e Presidente, limitando-se Marcelo a lavar as mãos como Pilatos? Não hesitem, digam-lhe que pode vir, afinal ainda cabe mais um.

Jorge Almeida, Porto

Por dois mortos em Soure

Se os dois mortos em Soure não fossem trabalhadores anónimos, mas figuras públicas de relevo já o ministro Pedro Nuno Santos se tinha demitido e o país não tinha de ter visto e ouvido os dois representantes das Infra-estruturas de Portugal a desfiar desculpas de mau pagador nas televisões em horário nobre (quais carpideiras profissionais em enterro de rico).

A não instalação do CONVEL como o GPIAAF tinha recomendado à Infra-estruturas no relatório de 2018, devia ser suficiente para sentar no banco dos réus os já culpados por omissão e negligência pública, notória e com contornos de crime de tentativa de homicídio, em minha opinião. Enquanto só morrer quem trabalha e dentro desse grupo social os que menos ganham e menos condições de segurança em meio laboral têm, o dinheiro dos contribuintes vai continuar a ser descabimentado para rubricas de sistemas de defesa de quem trabalha na ferrovia como o CONVEL  e canalizado para o Novo Banco e outros latrocínios lusos.

Maria Morais Mendes, Vila Nova de Gaia

A romaria do Novo Banco

Sou a favor da nacionalização do Novo Banco. Não houve transparência no acordo entre a Lone Star e o Estado/Fundo de Resolução, porque a classe política do arco da governação não quis. Honra seja feita a Passos Coelho, que não permitiu a continuidade da gestão de Ricardo Salgado. No entanto, se a actuação do Banco de Portugal foi desastrosa, porque não há responsáveis no banco da punição? Os Estados Unidos da América são a “potência do mal”, para muitos desbocados. No entanto, o escândalo de fraude bancária, fraude fiscal e lavagem de dinheiro, conhecido como caso Madoff foi a julgamento em tempo recorde. A filantropia foi usada para criar nuvens de fumo de forma a retardar o rebentar do escândalo norte-americano e português.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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